27/1/2010 – Manoel Bertone, Secretário de Energia do Departamento de café do Ministério da Agricultura fala sobre pagamento das opções de café e entregas para o segundo leilão de opções do governo, em entrevista dada no dia 25 ao programa Mercado & Companhia do Canal Rural.
Durante a entrevista Bertone afirma que o pagamento do primeiro vencimento das opções está chegando aos produtores. “Mais de 170 milhões já foram pagos, restando aproximadamente 6 milhões a serem transferidos. Reconhecemos o transtorno que esse fato causou ao produtores, mas afirmo que esse é um dos programas fundamentais para administração da política pública do café.”
Bertone acredita que o atraso não prejudica as entregas par aos próximos vencimentos. “O segundo vencimento que seria de 800 mil sacas teve um exercício, até o momento, de 346 mil sacas. A maior dificuldade que os produtores têm encontrado é de possuir o produto na qualidade indicada pelo governo.”
“O segundo leilão foi adquirido principalmente por cooperativas. Evidentemente, as cooperativas designaram os produtores que entregariam essas opções, mas claramente fica demostrado que não há café na qualidade a ser entregue para o governo. Por isso, acreditamos numa satisfatória evolução do mercado para os próximos dias.”, acrescentou o secretário se referindo a falta de cafés de qualidade no mercado.
“Considero as opções um dos principais instrumentos de administração das disponibilidades brasileiras, devendo nós aprimorarmos o programa, para que não tenhamos nos próximos exercícios os mesmos problemas que tivemos neste último.”
É sabido que os produtores têm trabalhado com preços abaixo de seus custos de produção, passando a cafeicultura por um momento de empobrecimento. Diante disso, Bertone reconhece a situação, e diz que é por esse motivo que está sendo efetuado uma série de medidas visando minimizar tais problemas. “O governo tentou minimizar através de prorrogação de dívidas, liberação de novas linhas de financiamento para sanar dívidas junto a cooperativas, programa de opção, recuperação dos níveis do preço mínimo de garantia, entre outros. Continuamos atentos a questão”, declara Bertone.
O secretário diz que certamente isso se trata de uma característica internacional do café. “Os estoques vêm caindo, a produção mundial vem se ajustando e há grandes condições do Brasil se manter ativo e o produtor brasileiro conseguir se recuperar neste ano de safra de ciclo alto.”
Ele aponta que o ano passado realmente foi um ano muito difícil, com safra baixa e muita chuva durante a colheita, prejudicando a cafeicultura.
“Estamos tentando diminuir essas dificuldades e temos contado com a colaboração governamental para criar melhores condições para uma melhor qualidade de vida para os cafeicultores”, finalizou ele. As informações são do Café Point.