Em meio a crise anunciada do setor, simpósio de café se renova 17º Simpósio incentiva o produtor valorizar o café.
26/02/2013
Por Ana Priscila
redacao@minasnoticias.com
O mercado do café vem passando por uma grande baixa desde o final do ano passado, consequência de uma grande safra e a concorrência do mercado.
A grande oferta do produto trouxe também grande desvalorização dos preços no mercado.
Grande parte da safra de 2012 ainda esta flutuando no mercado, o que tem trago preocupação as especialistas do setor.
Como a oferta atualmente é grande, compradores estão cogitando inclusive compras a longo prazo, em alguns mercados há sondagens para aquisição da da safra 2014, ignorando uma tendência do mercado cafeeiro de aquisição a curto prazo.
A comercialização da safra de café do Brasil 2012/13 (julho/junho) chegou a 67% até o dia 08 de fevereiro. Em igual período do ano passado, 79% da safra 2011/12 estava comercializada. Números apresentados pela SAFRAS & Mercado.
De acordo com levantamento do Conselho Nacional do Café, o CNC, o custo de produção de uma saca está em torno de R$ 320, enquanto o preço de venda está em torno de R$ 300. Motivo esse que tem feito muitos agricultores a cortarem investimento em suas propriedades.
Desafios para o cafeicultor nos próximos anos
Diante desse cenário preocupante para o setor cafeeiro será realizado o 17º Simpósio de cafeicultura de montanha em Manhuaçu. O evento que se tornou tradicional fonte de informações para os produtores das Montanhas de Minas chega a edição 2013 com o intuito de concientizar a valorização do café.
A organização trará como pauta a identificação geográfica. Processo que tende a valorizar o produto pela região em que é produzida. Citando como exemplos deste processo temos o chocolate suiço, os vinhos franceses, o bacalhau português. Mais próximos do mercado do café citamos a certificação do café do cerrado Mineiro.
Através da identificação geográfica os produtores levam aos compradores a certeza de um produto com qualidade procedência assegurada, medida que tende a valorizar o preço do produto junto ao mercado.
Existe também um trabalho para a criação de um conselho regional que daria apoio ao produtor e a o processo de certificação do café das Montanhas de Minas. Além de buscar novos mercados para o café produzido na região.
O Futuro do café nas Montanhas de Minas
A quase 300 anos o café é cultivado no Brasil com intuito único de exportação do grão crú ou consumo interno da maneira mais tradicional, ou seja através do grão torrado e moído.
No mercado moderno, a Alemanha talvez seja um dos países que mais fatura com o café, mesmo sem produzir um único pé da planta.
Capsulas de café para nespresso. Alemanha perdeu recentemente exclusividade sobre produção
(Capsulas de café para nespresso. Alemanha perdeu recentemente exclusividade sobre produção)
O país importa os grãos crús, os industrializa, principalmente através das capsulas de café e exporta para todo o mundo com um valor agregado muito alto.
Para se ter idéia do valor agregado do produto, um conjunto com 10 capsulas custam em média R$ 25,00. Cada capsula prepara uma única dose de café.
Recentemente a Alemanha perdeu a exclusividade sobre a patente das capsulas, o que abre uma novo possibilidade para exploração do café, realidade porém que pode estar muito distante da nossa região.
Industrialização seria o caminho ?
Apesar de estarmos a aproximadamente 250 km do porto de Vitória e contarmos com duas rodovias federais, prestes a serem privatizas e que teoricamente favoreceriam nossa região de forma impar em acesso e logistíca, ainda não contamos com cultura industrial para aproveitar esse momento.
Praticamente não existem incentivos nos municípios das montanhas de minas ou mesmo planos para implantação de parques industriais. A possibilidade de utilizar da infra-estrutura para escoar o produto final e a proximidade com a matéria prima talvez sejam fatores que não serão explorados tão cedo.
Profissionalização da venda de café
É de conhecimento comum o exemplar trabalho realizado pelos produtos de café da região das montanhas de minas. Espera-se que a nova filosofia a ser apresentada aos produtores possa abrir uma nova cadeia onde se aperfeiçoe tambem a venda do produto de destaque da região.
A busca pela certificação é o primeiro passo para essa realidade, espera-se que os produtores recebam orientações para também aplicarem aos produto as necessidade de marketing do mercado moderno Uma marca, um produto, uma filosofia só ganha força quando é levada ao mercado.
Esperamos que o 17º Simpósio de cafeicultura de montanha seja um divisor de águas para a produção do café regional e torçamos para o sucesso do evento
Integra da materia com imagens em
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