A degradação ambiental e o uso de práticas agrícolas intensivas são fatores que contribuem para a perda de biodiversidade no solo
O manejo adequado dos organismos do solo, como nematoides, fungos, bactérias e outros microrganismos, desempenha um papel fundamental na produtividade das lavouras, especialmente na cafeicultura. A engenheira agrônoma Dra. Juliane Carneiro, da NemaSolum, falou sobre os principais desafios enfrentados pelos produtores e como práticas inadequadas podem afetar o equilíbrio biológico do solo, prejudicando a produção agrícola.
Desafios no Manejo dos Organismos do Solo – A degradação ambiental e o uso de práticas agrícolas intensivas são fatores que contribuem para a perda de biodiversidade no solo e o desequilíbrio dos seus organismos. A Dra. Juliane destacou os principais desafios para o manejo eficiente do solo:
Uso excessivo de produtos químicos: “O uso indiscriminado de pesticidas, fertilizantes e defensivos químicos, sem a devida orientação técnica, pode reduzir drasticamente a diversidade biológica do solo”, alerta Dra. Juliane. Ese desequilíbrio biológico favorece o aumento de pragas e patógenos, o que leva as lavouras a dependerem cada vez mais de insumos externos.
Compactação do solo: “A compactação do solo, causada principalmente pelo tráfego intenso de máquinas e pela ausência de cobertura vegetal, impede a correta aeração do solo, prejudicando a atividade biológica e a penetração das raízes”, ressalta, dizendo que compactação reduz a capacidade do solo de reter água e nutrientes, prejudicando o desenvolvimento das plantas.
Erosão e perda de matéria orgânica: “Quando a cobertura vegetal é retirada ou o manejo do solo é inadequado, a erosão aumenta, resultando na perda de matéria orgânica essencial para a fertilidade do solo. Sem essa matéria orgânica, muitos organismos benéficos, como os nematoides fungívoros e bacteriófagos, não conseguem se manter, o que compromete a saúde do solo e a produtividade das lavouras”, explicou.
Mudanças climáticas: “Com o aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas, o solo tende a sofrer mais com a desidratação e a redução da atividade biológica. A seca prolongada, por exemplo, pode diminuir a eficiência na decomposição da matéria orgânica, prejudicando a disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas”, destacou Dra. Juliane.
Impactos do Manejo Inadequado na Produtividade das Lavouras
O manejo inadequado dos organismos do solo pode ter sérios impactos na produtividade das lavouras, como:
• Redução da fertilidade do solo, comprometendo a capacidade das plantas de absorver nutrientes essenciais.
• Aumento de doenças radiculares, como as causadas por fitonematoides, que atacam as raízes e reduzem o crescimento das plantas.
• Maior dependência de insumos externos, como fertilizantes e pesticidas, elevando os custos de produção.
• Perda de resiliência do sistema produtivo, tornando as lavouras mais vulneráveis aos estresses ambientais, como a seca ou a variação de temperatura.
Soluções para um Manejo Sustentável
Para enfrentar esses desafios e melhorar a saúde do solo, Dra. Juliane sugere práticas que promovem a sustentabilidade e o equilíbrio biológico:
• Adubação orgânica e uso de bioinsumos: “A utilização de adubação orgânica e bioinsumos é fundamental para estimular microrganismos benéficos no solo e melhorar sua fertilidade de forma mais sustentável”, explicou.
• Cobertura vegetal e plantio direto: Essas práticas ajudam a reduzir a erosão do solo e aumentam a matéria orgânica, essencial para o bom desenvolvimento dos organismos do solo.
• Monitoramento contínuo da biota do solo: “O monitoramento da comunidade de nematoides de vida livre, por exemplo, pode ajudar a avaliar a saúde do solo e ajustar o manejo da lavoura de acordo com as necessidades específicas do solo e das plantas”, afirmou a especialista.
Por fim, a engenheira agrônoma, Dra. Juliane Carneiro, afirma que um manejo adequado dos organismos do solo é fundamental para aumentar a produtividade das lavouras de forma sustentável, reduzindo a dependência de insumos químicos e promovendo sistemas agrícolas mais resilientes.
“Ao investir no equilíbrio biológico do solo, estamos não apenas melhorando a produtividade, mas também contribuindo para sistemas agrícolas mais equilibrados, sustentáveis e menos vulneráveis a crises ambientais e econômicas”, concluiu.
Confira a palestra completa pelo nosso Youtube: https://www.youtube.com/live/MId8cc5cfdY?feature=shared
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