Mais operações com CPRs avalizadas pelo BB

20 de outubro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Valor Econômico Mônica Scaramuzzo De São Paulo

As operações com Cédulas do Produto Rural (CPRs) avalizadas pelo Banco do Brasil movimentaram R$ 3,441 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, com 46,8 mil contratos negociados no período. O valor apurado representa alta de 23,4% em relação aos nove primeiros meses de 2004 (R$ 2,787 bilhões).

O aumento das operações reflete, principalmente, a maior demanda por parte de cafeicultores e pecuaristas (o balanço é anterior ao início da crise da aftosa no país, deflagrada pela confirmação de um foco no Mato Grosso do Sul em 10 de outubro). As negociações envolvendo grãos mantiveram-se praticamente no mesmo patamar observado no ano passado.

De qualquer forma, os produtos que mais se destacaram foram soja, boi gordo, café e milho, que juntos somaram transações de R$ 2,773 bilhões de janeiro a setembro deste ano – 23,3% mais que nos três primeiros trimestres de 2004 – e responderam por 80% de todos os produtos agrícolas negociados.

A meta do BB é fechar 2005 com movimento consolidado entre R$ 4,5 bilhões e R$ 4,6 bilhões, segundo Rogério Pio, gerente executivo de diretoria de Agronegócios do banco. Se confirmada a meta , o incremento sobre o ano passado (R$ 4,472 bilhões no total) será de até 3%. “Nos últimos três meses do ano passado, a movimentação somou R$ 1,68 bilhão”, afirmou Pio.

O café foi o que mais cresceu entre as commodities agrícolas. Nos primeiros nove meses do ano, o movimento com o produto atingiu R$ 485 milhões, 61,1% mais que no mesmo período de 2004. Mirlaine Mello, analista de operações de commodities da Ágora Senior, lembra que a CPR é um dos principais instrumentos de financiamento para os cafeicultores, principalmente os que ficam de fora das linhas de crédito oficial.

Os negócios com soja alcançaram R$ 1,077 bilhão, 2,7% mais que de janeiro a setembro de 2004, enquanto o boi gordo girou R$ 950 milhões, 49% mais na mesma comparação. O milho ficou em quarto lugar no ranking, praticamente estável em R$ 265 milhões.

No caso dos grãos, Mirlaine acredita que a pequena variação deve-se ao fato de os produtores terem mais opções para financiamento da safra, sobretudo pelas trocas de insumos com as grandes esmagadoras de soja do país. Mas a crise de liquidez e as renegociações das dívidas dos produtores também frearam esse mercado.

Lançada em 1994, a CPR é um título que permite ao agricultor antecipar dinheiro junto ao mercado sob o compromisso de entrega futura de sua produção – no caso da modalidade física -, ou por liquidação financeira junto ao Banco do Brasil. Atualmente, segundo Pio, a modalidade mais usada é a da liquidação financeira. As taxas de juros para esses papéis giram em torno de 28% ao ano.

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