Número foi apurado desde que a nova regulamentação do setor começou a valer, no último dia 1º de janeiro. A meta do Ministério da Agricultura é chegar a 15 mil agricultores até o final deste ano
Brasília (25/02/2011) – O Ministério da Agricultura divulgou avaliação mostrando que cerca de 9,5 mil produtores de orgânicos já estão de acordo com as novas regras do setor. As normas começaram a valer desde o dia 1º de janeiro deste ano. “A meta do Ministério é chegar ao número de 15 mil agricultores cadastrados no sistema, que vale para todo o país, até o final deste ano”, destaca o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias. As informações foram divulgadas durante a Reunião da Câmara Setorial de Agricultura Orgânica, que começou nessa quinta-feira, 24 de fevereiro, e termina nesta sexta, 25.
O agricultor que ainda não se cadastrou no sistema deve se adequar às novas regras e vincular-se a alguma entidade certificadora. Aqueles que fazem venda direta devem se cadastrar no site do Ministério da Agricultura. Os interessados também podem procurar as superintendências federais do ministério para as orientações sobre o processo de regularização. “Hoje temos três certificadoras atendendo aos interessados e três sistemas participativos. Além do credenciamento, em andamento, de mais cinco certificadoras e dois sistemas participativos”, reforça Rogério Dias.
Dias explica que a legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores que buscarem a certificação e estiverem de acordo com as normas poderão usar o selo oficial nos seus produtos. “O selo é fornecido por certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura que são responsáveis pela fiscalização dos produtos”, explica o coordenador de Agroecologia.
Novidades
Rogério Dias também destacou algumas novidades que surgem como oportunidade para o setor de orgânicos. “Temos a indústria de cosméticos, têxteis e sementes como áreas promissoras”, diz. Segundo ele, um número cada vez maior de pessoas está interessado na origem dos alimentos que estão consumindo, dos produtos que utilizam como cosméticos, cremes e sabonetes.
A indústria têxtil é outra área de destaque no setor de orgânicos e se torna mais viável no Brasil. O algodão colorido naturalmente, por exemplo, é produzido em várias regiões do país. Já no caso das sementes orgânicas os benefícios também são visíveis. “A nossa legislação estabeleceu um prazo de cinco anos para que os produtores trabalhem com sementes orgânicas”, informou. Para isso, o país precisa de produtores de sementes orgânicas, que agregam valor à cadeia produtiva. Assim, o produtor terá mais uma opção de renda nesse mercado que vem crescendo a cada ano.
A Reunião da Câmara Setorial de Agricultura Orgânica segue até as 16h desta sexta-feira, 25 de fevereiro. Representantes do governo e do setor privado participam do encontro, no Ministério da Agricultura, em Brasília. (Sophia Gebrim)