Tema será discutido durante o Global Initiative on Commodities, realizado pelo Common Fund for Commodities em parceria com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro
Os dados alarmantes são do Common Fund for Commodities (Fundo Comum de Produtos de Base), organismo internacional estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que visa aumentar o crescimento sócio-econômico de produtores de commodities, bem como o da sociedade em geral. De 7 a 11 de maio, o fundo promoverá em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro o evento Global Initiative on Commodities, no hotel Blue Tree Park, em Brasília, Distrito Federal. O encontro será direcionado às comitivas oficiais de 70 países, aos integrantes de movimentos sociais, organizações públicas governamentais ou não, associações, universidades e ao setor privado.
Produtos primários e pobreza são dois assuntos interligados, e não é possível resolver o problema do desenvolvimento mundial e a redução da miséria sem antes lidar com a questão das commodities, já que mais de 70% da população mundial depende de seu cultivo para sobreviver, afirma Ali S. Mchumo, embaixador e diretor-geral do CFC, que estará no evento sediado no Brasil.
Embora haja progresso na diversificação dos produtos exportados e em aumentar o raio de alcance das estruturas econômicas nacionais, 86 de 144 países ainda têm metade do seu lucro baseado na exportação de commodities, número que se manteve constante durante os últimos dez anos. Além disso, para uma numerosa maioria, grande parte deste resultado provém de uma só fonte de produtos primários e para 55 países, três produtos são responsáveis por mais da metade dos lucros dos negócios.
Para mudar este cenário, é imprescindível identificar e resolver três importantes questões desta problemática: lei da oferta e da procura, queda do lucro e da parcela do mercado dos países produtores e o preço desconexo entre produtores primários e consumidores finais e, por fim, as restrições que inúmeros países subdesenvolvidos enfrentam para diversificar sua economia.
Etiópia e Uganda têm mais de 50% das exportações resultantes da venda do café, bananas geram 25% da receita do Equador, enquanto Costa do Marfim e Gana conquistam 25% com o cacau. Isto significa que as commodities têm um enorme impacto nas economias dos países subdesenvolvidos, gerando renda, emprego e divisas ao Governo, além de proverem verbas para necessidades básicas como educação e saúde. Em geral, os produtos primários representam cerca de 50% das vendas dos países da África, sendo que, metade deles depende delas para 80% das suas exportações, completa o embaixador.
Global Initiative on Commodities
Com base nestes dados, a conferência internacional Global Initiative on Commodities discutirá todas as questões acima citadas e apresentará soluções pertinentes que levem em consideração as diferenças entre os países, mantendo uma perspectiva clara entre a coerência política e as propostas para as commodities.
O encontro ocorrerá pela primeira vez na América Latina e o Brasil foi selecionado unanimemente para ser o palco das discussões. Líder em pesquisa sobre commodities, o Brasil se destaca internacionalmente pela produção de açúcar, algodão, carne (bovina, frango e suína), café e etanol. O programa está dividido em quatro partes distintas: a primeira apresentará o panorama do setor e opiniões, em seguida abordará os suprimentos, a terceira sobre a cadeia de valor das commodities e por fim, sobre o financiamento para o desenvolvimento do setor.
A conferência contará com o apoio e a participação de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) e da ACP; African, Carribbean and Pacific Groups of States (Grupo dos Estados da África, Caribe e Pacífico).
Confira a programação prévia do evento: http://www.s2.com.br/s2arquivos/380/multimidia/165Multi.pdf