17/10/2013
O mercado de trabalho mostrou uma pequena recuperação em setembro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram criadas 211.068 vagas no país, a maior geração de emprego com carteira assinada, para o mês nos últimos três anos. O crescimento em relação a agosto foi de de 0,52%. O recorde para os nove primeiros meses de um ano foi registrado em 2010, quando 2,49 milhões de empregos formais foram abertos. Para demonstrar, porém, que há sinais de reaquecimento no emprego, o MTE fez questão de divulgar que de janeiro de 2011 a setembro de 2013, foram 4,7 milhões de novas vagas formais (10,70%).
Em Minas, foram criadas 6.925 vagas, com um crescimento de 0,16% em comparação com o mês anterior. De acordo com o superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Valmar Gonçalves, o setor que mais contratou no estado foi o comércio, que criou 8.151 postos formais de trabalho, seguido pelo de serviços (8.058 postos) e pela construção civil (4.489 postos). Já a agropecuária perdeu 17.047 vagas com carteira assinada por causa do fim da colheita do café. “A tendência para o fechamento de 2013 é positiva. No Brasil, esperamos uma elevação de 4% no total de vagas formais. Em Minas, o crescimento deverá chegar a 3,5%”, diz Gonçalves.
No Brasil, na comparação com setembro do ano passado, a alta foi de 4,32%. Nos nove primeiros meses de 2013, apesar de o mercado formal ter absorvido 1,3 milhão de pessoas, as contratações foram 15,92% inferiores às registradas de janeiro a setembro de 2012, quando foram gerados 1,5 milhão de empregos, de acordo com os saldos ajustados do Caged (quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo).
Os analistas do mercado, no entanto, mostram entendimentos diferenciados. Para Eduardo Velho, economista chefe do INVX Global Partners, “o resultado do Caged em setembro surpreendeu”. Mas ele não crê em desempenhos positivos continuados do emprego daqui para frente, tendo em vista que o setor de agricultura teve e deverá continuar tendo contribuição reduzida no resultado. Para Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimentos, o nível de emprego vai se manter em passos lentos, pelo menos até o fim de 2014. “Temos que olhar a taxa de participação. O emprego cresceu muito e não tem mais como se expandir tanto quanto no passado”, argumentou. (Com Zulmira Furbino)