Publicação: 16/05/07
Ao dar posse a Brito em pasta criada para atender PSB, ele defende gestão no setor sem partilhas políticas
Ao dar posse ao ministro Pedro Brito na Secretaria de Portos, pasta criada para acomodar o PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem uma gestão no setor sem partilhas políticas. “O que eu quero no porto é gestão para resolver um problema crônico”, afirmou, sob aplausos de líderes socialistas que reclamavam maior participação na máquina do governo. Há tempos o PSB brigava por um segundo cargo com status de ministro – o partido conta também com Sérgio Resende na Ciência e Tecnologia.
Lula ressaltou a “confiança” que disse ter em Pedro Brito, que ocupou, no primeiro mandato, o Ministério da Integração Nacional. “O porto não pode ser uma partilha de partidos ou de pessoas que não têm competência profissional”, afirmou.
O presidente disse que os portos são “gargalos” que precisam ser resolvidos pelo governo. “Não foi possível resolvê-los no primeiro mandato, vamos resolvê-los no segundo”, salientou. Estavam presentes à solenidade os principais líderes do PSB, como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o deputado Ciro Gomes (CE).
Lula ressaltou que, se for preciso, o governo contratará até empresas do exterior para fazer obras de melhorias nos portos, como a dragagem dos acessos. “Os portos significam, para nós, aumentar a competitividade do Brasil para disputar o mercado globalizado”, disse.
“Dentro dos portos são vários governos, e cada um age de um jeito, cada um obedece a uma direção”, disse. “Quero gestão para resolver problemas crônicos”, completou. “Às vezes tem mistura de poder, tem muita gente que manda.”
No discurso, Lula sugeriu que o PSB terá autonomia para fazer a demissão de quem ocupa cargos comissionados na área portuária. O partido reclamava que a nova pasta teria pouca influência, um número pequeno de cargos e estrutura insignificante. “Não existe ninguém que não possa ser mudado, é importante vocês saberem disso”, afirmou o presidente. “Colocaremos quantas pessoas forem necessárias para resolver inclusive o problema da dragagem dos portos.”
Por fim, o presidente pediu a Brito a apresentação de um plano de recuperação dos portos “num curto espaço de tempo”. Em entrevista, o ministro Pedro Brito disse que a pasta vai trabalhar com um orçamento anual de R$ 700 milhões. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimento de R$ 2,7 bilhões na melhoria da infra-estrutura dos portos.
Ele afirmou ainda que quer trabalhar em parceria com outros órgãos, como a Receita Federal e a Polícia Federal, especialmente no combate às máfias que agem no setor. “É preciso trabalharmos com menos custos para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior”, disse o ministro.