LIVRO: Pesquisa cafeeira de Minas Gerais é tema de resgate histórico

A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas
Gerais, com o aporte da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(EPAMIG), o apoio do Agrominas Café e do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), acaba de lançar a publicação INTRÉPIDA
SEMENTE – 70 Anos de História da Fazenda Experimental de Machado, durante a
inauguração do primeiro Centro de Excelência do Café, no Sul de Minas. Escrito
pela jornalista do CBP&D/Café, Cibele Aguiar, o livro traz um resgate
histórico dos principais resultados de pesquisa da Fazenda Experimental de
Machado, desde 1935, quando era chamado Campo Experimental do Café, no âmbito do
Ministério da Agricultura e fruto de uma iniciativa do Governo Vargas.

Em 142 páginas, o relato desvenda o pioneirismo de Machado na história da
cafeicultura nacional, do arrojo da sociedade e de como o café influenciou o
progresso do município. Traz, ainda, rica documentação fotográfica de suas
participações em estudos científicos e do contexto de cada uma de suas 13
gerências. Da persistência metódica do pesquisador Dr. Athayde e suas
descobertas às facilidades dos computadores e novas exigências do mercado, os
fatos mais relevantes e curiosos foram imortalizados.

Da parceria com o Instituto Agronômico de Campinas, iniciou-se nesta unidade
a avaliação e adaptação de linhagens da cultivar Mundo Novo em solo mineiro e
onde também foram plantados os primeiros pés de ‘Catuaí’ no Estado, que renderia
novas e produtivas lavouras. Foi na Fazenda Experimental de Machado que o
presidente Juscelino Kubitschek plantou um pé de café histórico e onde começaram
os estudos sobre as preferências do café, se sombreado ou a pleno sol. O
conhecimento era repassado e as inovações tecnológicas democratizadas em forma
de mais produtividade nos campos.

Com o aporte da Fazenda Experimental, conhecemos mais sobre a ferrugem, sobre
a broca e o bicho-mineiro do cafeeiro. Fazem parte de suas contribuições
importantes estudos sobre o espaçamento ideal para a lavoura, novas formas de
adubação e avaliações de cultivares. Com os resultados, desbravaram-se novas
terras e o café trouxe prosperidade onde não existia emprego. O resultado são
níveis de produtividade, qualidade e sustentabilidade sequer imaginados na
década de 30.

Primeiro, no âmbito do Ministério da Agricultura, e depois, sob a
responsabilidade da EPAMIG, a Fazenda Experimental de Machado é exemplo de
unidade sólida e frutífica. O resgate histórico vem demonstrar o reconhecimento
aos primeiros trabalhos de pesquisa desenvolvidos em Minas Gerais, como semente
fecunda para o sucesso de sua agricultura pujante. A organização e publicação
desta memória é um convite para conhecer e valorizar o que, ao longo dos anos,
foi construído por dedicados pesquisadores e trabalhadores de campo.

Além da Fazenda Experimental de Machado, a obra fará parte do acervo de todas
as unidades da EPAMIG, universidades, instituições de pesquisa e estará
disponível na biblioteca do Centro de Excelência do Café do Sul de Minas, em
Machado. Os interessados poderão entrar em contato com a Fazenda
Experimental de Machado, no telefone (35) 3295 1527 e e-mail: epamig@axnet.com.br
 

Cibele Aguiar, jornalista, especialista em Marketing e
jornalismo científico, é bolsista do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café CBP&D/Café. Formou-se em 1997, iniciando sua
carreira como repórter do jornal agropecuário Folha Agrosul, onde continua
publicando crônicas e reportagens especiais.