Debate virtual realizado pela Revista Cafeicultura reuniu membros da cadeia do café.
Nesta última quarta-feira (25), a mesa redonda virtual organizado pela Revista Cafeicultura, contou com a participação de diversos elos da cadeia do café, como os produtores Fernando Barbosa e Renato Nunes, representando a extensão rural Otávio Maia, como representantes do setor comercial Airton Neves e Nathan Herszkowicz, representando as cooperativas Silas Brasileiro e Silvio Farnese representando o Ministério da Agricultura. O tema do encontro foi a geada suas consequências e possíveis soluções.
Fernando Barbosa, produtor de São Pedro da União Sul de Minas, demonstrou sua preocupação com o psicológico dos cafeicultores. “É uma grande preocupação uma vez que eles não sabem se vão conseguir honrar com seus compromissos, ou se vão conseguir continuar com suas lavouras.” E ressaltou que o cafeicultor gera investimento para o município, e é necessário ter um suporte neste momento.
Renato Nunes, produtor de Patrocínio destacou que o governo deve agir com urgência para socorrer o produtor que perdeu suas lavouras. “O cafeicultor gera renda para o país, pela exportação, com a geração de empregos. As percas serão muito grandes para todos, para as cooperativas, para o país, caso um grupo grande de cafeicultores pare de produzir café”.
O Presidente da Emater-MG, Otávio Maia assegurou que a força-tarefa mobilizada para emissão dos laudos técnicos, gratuitos para agricultores familiares, e que comprovam o impacto da geada nas lavouras, está trabalhando o mais rápido possível. Com as limitações oriundas da extensão da geada, que atingiu lavouras deu café em 170 municípios do estado de Minas Gerais afetando cerca de 9540 propriedades. Estes laudos são de extrema importância para os produtores acessem as linhas de crédito e o seguro rural.
Airton Neves, corretor de café da Sancafé de Varginha ressaltou sua preocupação para além da geada, com a seca que também afetou fortemente a produção de café. E destacou a importância para criação de um seguro rural que garanta a cobertura para qualquer evento climático, evitando que o produtor perca seu negócio, sendo desmotivado e pare de produzir. “A cadeia do café terá que negociar, e cada um terá que ceder um pouco”. Afirmou Airton.
Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé-SP ressaltou que é necessário ter união de forças para solução dos problemas. “É necessário repensar os estoques de café, pois eventos climáticos vão continuar acontecendo. É fundamental a criação de um grupo para gestão financeira para saber onde investir, para que os recursos gerem resultados”.
Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café, ressaltou que é preciso socorrer o produtor, para que todos continuem com suas lavouras, principalmente os pequenos produtores.
Silvio Farnese, diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária, ressaltou da necessidade de minimizar os efeitos da geada, e que os pequenos produtores continuem ativos na atividade de produzir café. Silvio também ressaltou a importância do seguro rural, uma vez que os danos teriam sido menores e assegurou que terá uma facilitação para quem não tem limite de credito. “É necessário que o levantamento dos danos seja finalizado, para saber o que deve ser feito”.
Ao fim da live os participantes concluíram que existe a necessidade da existência de um seguro de proteção contra perdas futuras, e que a união da cadeia do café é benéfica para que todos continuem a produzir café.
Veja a transmissão completa abaixo