Produtores reunidosem Monte Santo de Minas
O Conselho Nacional do Café (CNC) e a Comissão Nacional doCafé da CNA defenderam a adoção por parte do governo federal de uma política deretenção entre dez a 15 milhões de sacas de café, na safra 2012/13, como medidafundamental para a elevação e manutenção dos preços do produto. A proposta, quejá era discutida no âmbito das cooperativas e por lideranças do setor, foiapresentada na tarde de sexta-feira (23), durante reunião da Associação dosSindicatos do Sul de Minas (Assul), realizada no município de Monte Santo de Minas,no sudoeste do estado.
Cerca de cem produtores de café prestigiaram o encontro, quediscutiu ainda uma estratégia para uma política de café, a importância dasintonia de ações entre CNC, CNA Frente Parlamentar do Café e governo, e aindatemas polêmicos como drawback no setor cafeeiro e o novo Código FlorestalBrasileiro.
Para o presidente da Comissão de Café da CNA, BrenoMesquita, a retenção de até 15 milhões de sacas de café é primordial para.“O Brasilprecisa ordenar uma safra de café de ciclo alto. Estatisticamente percebemosque as políticas, ou a falta delas, afeta diretamente o cenário mundial decafé. Com dez ou 15 milhões de sacas, em uma safra de 50 milhões de sacas, porexemplo, temos a certeza que a garantia sendo o produto e não o produtor,teremos preços mais interessantes, com certeza, já no início da próxima safra.É imprescindível que lideranças junto com o governo federal, faça com que essesrecursos estejam disponíveis no início da safra. Assim, daremos um sinal muitoclaro para o mundo, dizendo que o Brasil, além de ser o maior produtor de café do mundo, eletem política de café para o mundo”, enfatizou Breno Mesquita.
Ouvido pelo Coffee Break,o presidente da Cooparaiso, deputadofederal Carlos Melles,que no momento do encontro cumpria agenda oficial em Uberaba, como secretáriode Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais, enfatizou que a política deretenção é o instrumento responsável que a cafeicultura precisa no momento.“Em 2002 conseguimos um pacote governamental que praticamente dobrou opreço do café à época e realmente o café precisa que o governo federal adote umprograma de opções para retirar do mercado um volume de cerca de cinco milhões desacas de café, e outros mecanismos como o Pepro, para retirar um volume quetotalize até 15 milhões de sacas, como forma de elevar o preço do produto,sabemos disso, mas o governo federal precisa agir”, pontuou Melles.
Em relação à morosidade do país ter uma política concretapor parte do governo de Dilma Rousseff – que no início de seu governo, emvisita às regiões cafeeiras mineira, declarou que o seu governo iria prover osetor de políticas em prol do produtor – Breno disse que o entrave estána burocracia. “O problema está nos trâmites, na burocracia. Ao entrarmoscom propostas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, porexemplo, nos deparamos com a máxima boa vontade de todos os seus profissionaisem agilizar os processos. Porém, existe um ritual em todo o governo. Aspropostas são aprovadas no CDPC, é encaminhado para o Conselho MonetárioNacional, retorna para o setor jurídico federal, o agente financeiro demanda.Por isso temos que aprovar isso antes de abril, apara os recursos estejam noagente financeiro do município produtor em tempo certo. Estamosdesde de novembro do ano passado discutindo para que haja esse tempohábil”, contou o presidente da Comissão Nacional do Café.
O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo em MinasGerais, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes, disse que “concordacom a proposta de retenção desse volume de sacas para ordenamento desafra”.
Drawback
Um dos temas de maior polêmica no setor de café é a adoçãodo drawback. Uma das propostas apresentada na reunião, sugere que o assuntoseja discutido entre lideranças e produtores de café conillon, através deaudiências públicas realizadas nos estados onde ele é produzido, como Bahia,Rondônia e Espírito Santo, de onde sairão propostas para o sistema de drawbackque, por sua vez, serão levadas à Câmara, para serem discutidas pelosparlamentares e Frente Parlamentar do Café.
O presidente do Conselho nacional do Café (CNC), SilasBrasileiro, disse que “o drawback é uma reivindicação antiga, antes feitaapenas pelo setor do solúvel; atualmente a torrefação e moagem tambémreivindica a adoção desse sistema. Para isso, queremos ouvir o produtor de umamaneira democrática, através dos parlamentares nas casas legislativas dosestados produtores de conillon, levar isso para Brasília. Caso isso sejaaprovado, terá que funcionar com salvaguardas.
Estiveram ainda presentes no evento cujo anfitrião era opresidente do Sindicato Rural de Monte Santo de Minas,Olyntho Paulino, o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federalDiego Andrade, o deputado federal Geraldo Thadeu, o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino daCosta, da Coocatrel, Francisco Miranda, além de lideranças de sindicatos e produtores demais de 25 cidades da região.
Coffee Break