Lideranças aprovam novas propostas para a Cafeicultura

CARTA SEMANAL CNC N.º 8

Foi realizada na tarde da última segunda feira (02/04), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reunião em que lideranças do setor produtivo, representados pelas equipes técnicas do CNC e da CNA, analisaram as diversas propostas que vêm sendo apresentadas a fim de promover a sustentação econômica dos produtores.

 A percepção de todos é de que com a realidade da política cambial brasileira, novas estratégias necessitam ser implementadas, a fim de superar o perverso efeito da valorização do real em relação ao dólar nos preços do café. Não adianta continuarmos a queixar sobre o câmbio, precisamos construir soluções com os instrumentos de política agrícola que contamos para superar as dificuldades. Desta forma, as propostas de políticas necessitam ser mais dinâmicas para acompanhar as constantes mudanças da conjuntura econômica brasileira que agravam os problemas estruturais de nossa cafeicultura.

 Algumas propostas que são de vital importância para a execução da política do setor foram acordadas, entre elas:

 – Apoio ao novo Programa de Opções Privadas. Definiu-se solicitar à Secretaria de Produção e Agroenergia que promova, com maior brevidade possível, uma reunião entre representantes da iniciativa privada, CNC, CNA e o Governo para estabelecer a forma pela qual será regido o Programa, estabelecendo o preço do café e a metodologia a ser aplicada.

 – Foi analisada a Proposta Técnica “Avaliação das condições de rentabilidade, do perfil do endividamento e capacidade de pagamento da cafeicultura brasileira”, apresentada pela empresa Agroconsult. Este estudo que será elaborado por uma entidade externa com apoio do Governo, tem importância estratégica para a cadeia café, ao auxiliar na definição da real necessidade de intervenções governamentais voltadas ao atendimento de demandas do setor produtivo, neste momento em que o CNC/CNA e o Governo entendem ser necessária uma avaliação isenta do setor cafeeiro.

– A divulgação do novo voto de colheita no valor de R$ 450 milhões, com liberação a partir da próxima semana, quando os agentes financeiros começarão a contratação.

 – A definição ainda neste semestre dos instrumentos de política agrícola que serão colocados para administrar a safra de 2008 de maior volume em razão da bienalidade, para que ela seja ofertada ao longo de 24 meses em conjunto com novos Programas de Opções. Acreditamos que esta é uma das principais ferramentas que poderão promover a diminuição dos deságios com que são comercializados nossos cafés, em níveis que não prejudiquem nossa competitividade e participação no mercado externo, e desta forma, possa atenuar os efeitos negativos da valorização do real frente ao dólar que hoje promove o perverso efeito “guarda-chuva” que beneficia os demais países produtores.

 – A partir da próxima divulgação, pela CONAB, do Levantamento dos Estoques Privados de Café, o Conselho Nacional do Café voltará a divulgar mensalmente os estoques das Cooperativas.

 Outras propostas de medidas para serem implementadas em médio prazo também foram aprovadas como a reavaliação do custo de produção e dos preços mínimos do café, a criação de um seguro-renda que venha a garantir a solvência dos produtores na atividade, o zoneamento agrícola baseado na viabilidade técnica e sócio-econômica da atividade, e a equalização de taxas de juros que possibilite a alavancagem de mais recursos para o setor.

                   Com estas definições, as lideranças acreditam estar iniciando a pavimentação de um caminho para, no menor espaço de tempo possível, desenvolver políticas que proporcionem a sustentabilidade econômica e social para a produção de café do Brasil, dentro da nova realidade da Economia brasileira.

Brasília, 04 de abril de 2007.

SILAS BRASILEIRO
Conselho Nacional do Café
Diretor Executivo

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