Duas empresas do grupo Libra voltadas para atividades em torno do porto de Santos preparam ampliações que caracterizam a verticalização de suas operações logísticas, com investimentos de R$ 25 milhões. A Libraport-Campinas, autorizada a atuar como porto seco, entrará em 2008 com um ramal ferroviário, vinculado à MRS, para ligar-se ao cais santista. A empresa planeja fazer viagens diárias de ida e volta e atender os clientes que utilizam contêineres tanto para exportação como para importação. A Libra Cubatão, por sua vez, inaugura no dia 16 um armazém-frigorífico na Vila Parisi. Com esse novo armazém, a empresa pretende atender ao mercado de produtos perecíveis ou com tempo controlado. Os investimentos respectivos são de R$ 7 milhões e R$ 18 milhões.
Com terminais portuários em Santos e no Rio de Janeiro, o grupo pretende com o armazém-frigorífico ampliar “as atividades em suply chain (cadeia de suprimentos), pois em Cubatão já preparamos e embarcamos produtos como café, algodão, açúcar, entre outros”, diz Leandro Viana, diretor-geral da Libra Cubatão. Carnes, frangos, frutas e seus derivados são os produtos que estão na mira da empresa. “Já recebemos visitas de representantes da Friboi, Minerva e Sadia”, empresas usuárias de terminais portuários com instalações frigorificadas, diz o executivo da Libra. A capacidade estática do frigorífico será de 12 mil toneladas, com um giro mensal de duas a três vezes, o que permite metas de cerca de 30 mil toneladas/mês e 350 mil toneladas/ano. São números que equivalem a cerca de 13 mil contêineres, em 12 meses.
Segundo Viana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento habilitou a unidade para todos os mercados internacionais. O executivo destaca que as operações de Cubatão, a cerca de 15 quilômetros do porto de Santos, destinam-se a atender usuários de quaisquer terminais, sem exclusividade para os do grupo Libra.
As novas instalações ferroviárias de Campinas vão substituir o modal rodoviário atual, com redução de custos e maior margem de segurança, segundo Ricardo Arten, diretor-presidente da empresa. O desvio, com 2,6 quilômetros de extensão, para a malha da MRS, permitirá o percurso de pouco mais de 200 quilômetros, até Santos, em 16 horas. Cada composição comportará o equivalente a 40 Teus (sigla em inglês para contêineres de 20 pés), que trafegará em sincronia de ida e volta, levando produtos para exportação, já liberados pelas autoridades da Receita Federal, saúde e agropecuária, e trazendo artigos importados.
“Nossa meta é atingir 20 mil contêineres no primeiro ano de funcionamento. Para isso, além do novo ramal, ampliamos a área destinada a produtos controlados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 1,1 mil m2 para 2,2 mil m2”, diz o presidente.
A Libraport Campinas, autorizada a operar com áreas alfandegadas, possui três armazéns para esse tipo de carga, com área total de 17,4 mil m2 , outros dois armazéns para cargas locais, com 10 mil m2 e um pátio para contêineres de 15 mil m2 . As cargas, procedentes de vários pontos do país, são preparadas e postas ou retiradas de contêineres.
Os dois terminais explorados pela Libra no porto de Santos respondem por cerca de 33% do movimento total do cais. Até julho, as operações somaram 462 mil Teus.