Libra estuda criação de hidrovia no porto

O Grupo Libra planeja implantar um serviço hidroviário para transportar contêineres do pátio da empresa, em Cubatão, para as suas instalações no Porto de Santos. Os estudos para a implementação do novo modal de acesso ao complexo devem ficar prontos até o final deste ano. A operadora analisa, ainda, a construção de um pequeno cais próximo ao próprio pátio no município vizinho.

A estratégia foi divulgada pelo diretor técnico da empresa, Henry Robinson, ontem, logo após o painel Intermodalidade no Sistema Portuário, parte da programação do último dia do XXI Encontro Nacional de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Eneph), realizado em Santos. Ele afirmou que a medida será uma alternativa aos problemas viários da região. ‘‘Queremos mudar o modal de transporte em um trecho curto (Cubatão-Santos), para suplantar a demanda do rodoviário, sendo que nesse sistema, o tempo de transporte é uma vantagem imediata’’, disse.

Segundo Robinson, a empresa precisará de um local com acesso ao mar para operar as barcaças. ‘‘Para o transporte dos contêineres do pátio até o local de embarque deverá haver uma operação curta com caminhões’’, detalhou.

As alternativas para a utilização do novo cais estão sendo analisadas pela arrendatária dos terminais 35 e 37 do porto. Robinson disse que a empresa não descarta contatos com a Usiminas, para operar no píer da Cosipa. ‘‘É algo que avaliamos, mas também cogitamos contruir um cais nosso. Estamos na expectativa de que a Prefeitura de Cubatão consiga implantar um porto, porque precisamos de um terminal hidroviário pequeno, só para fazer a operação’’, argumentou.

A arrendatária de áreas no complexo também não mensurou o quanto deverá investir no processo. Robinson disse que até o final do ano ‘‘o desenho estará pronto’’ e, enquanto isso, a empresa buscará parceiros para o negócio.

A utilização do modal aquaviário dependerá também da aquisição de barcaças para movimentar os contêineres. O diretor técnico da Libra estimou que serão disponibilizados cerca de R$ 15 milhões para as compras. ‘‘A idéia é adaptar barcaças da calha da hidrovia Tietê-Paraná, que estão desativadas, ou as barcaças que operam no Rio Amazonas’’, contou.

Se as embarcações não forem adquiridas, a empresa planeja encomendar os modelos aos estaleiros da região. ‘‘A idéia está sendo avaliada e vai gerar empregos na região’’, sugeriu.

Ferrovia

Além do projeto hidroviário, a Libra realizará estudos sobre a criação de um ramal ferroviário entre o pátio em Cubatão e o terminal em Santos. ‘‘Estamos fazendo simulações de movimentação de 15 mil contêineres por mês, tanto na ferrovia como na hidrovia’’, comentou o diretor.

Robinson revelou inclusive a negociação de uma parceria com a concessionária MRS para erguer o ramal. ‘‘Antes disso, temos que ver com a Portofer mudanças nas linhas férreas do porto para chegar os vagões’’, explicou.

O Eneph também realizou debates sobre Harmonização dos Recursos Humanos nos Portos e apresentou cases de portos internacionais. Após os painéis, os organizadores do evento premiaram entidades e personalidades do setor. (Fonte: A Tribina (Santos)