Libra amplia negócios com café em retroporto

Da Reportagem

16 de fevereiro de 2006 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: A Tribuna

O Grupo Libra iniciou a produção de blends de café para exportação em seu pátio retroportuário, em Cubatão. A estratégia é considerada um novo segmento para o atendimento às operações portuárias e deverá tornar a mistura de tipos de café mais competitiva em Santos, principalmente pela proximidade da área com o porto.

O terminal retroportuário da Libra, arrendatária dos terminais 35 e 37, no Corredor de Exportação do porto, fica às margens da Rodovia Piaçaguera-Guarujá, o que facilita o transporte de contêineres para as duas margens do complexo.

Inicialmente, a construção do local se deu pela necessidade de áreas para armazenagem e estufagem de contêineres. O objetivo da empresa era agregar valor aos produtos para, depois, direcioná-los às suas próprias instalações portuárias para embarque. Entretanto, a Libra resolveu diversificar suas operações, abrindo espaço para a produção do blend de café, uma mistura da própria commodity, feita com tipos de grãos diferentes.

Segundo o diretor comercial e de Logística da operadora portuária, Alan Lear, ‘‘os primeiros testes de produção do blend começaram na semana passada’’. Para que isso ocorresse, ele afirmou que a empresa investiu R$ 150 mil na máquina que mistura o produto. ‘‘O café vem em sacos, que precisam ser cortados para despejar os grãos dentro de uma moega para fazer o blend. Depois, a mistura passa para um tudo que faz, automaticamente, a estufagem de contêineres’’, detalhou sobre o processo.
Apesar de o processo configurar uma etapa da produção industrial, o diretor comercial da Libra descarta qualquer interesse de transformar o pátio em indústria. ‘‘Essa não é nossa idéia. Nosso negócio é contêiner, só que apareceu a oportunidade para atender alguns clientes neste tipo de trabalho e acabamos fazendo’’, disse.

Lear revelou que o negócio deve abrir um novo mercado entre as empresas portuárias fora da área do cais. ‘‘Tudo que dá certo pode ser copiado. É claro que vão surgir interessados em fazer isso também, principalmente depois de debatido o Projeto de Lei (PL 6.370/05) sobre os portos secos’’, avaliou.
A eventual aprovação do PL levará a Libra a definir se há interesse, ou não, em transformar o pátio em porto seco (unidades que armazenam cargas enquanto o despacho aduaneiro não é concluído). ‘‘É um caso a se pensar. Hoje, ainda não sabemos se vamos ser porto seco, mas estamos aguardando a nova legislação que permitiria o alfandegamento da nossa área em Cubatão’’. Atualmente, o terminal retroportuário da empresa não é alfandegado, o que obriga os contêineres a serem depositados em terminais portuários antes do embarque.

As operações de blend, armazenagem e estufagem não são, obrigatoriamente, destinadas aos clientes dos terminais portuários da Libra, afirmou Lear.
Projeto

O pátio retroportuário da Libra está com 60% de sua instalação concluída. Segundo Lear, a parte pronta já recebeu pavimentação. Ele contou também que os 40% restantes ainda estão em aterro e deverão ficar prontos somente no próximo mês, admitiu Lear. ‘‘O projeto concluído terá custado R$ 22 milhões, mas não estão descartadas mudanças, novas obras como armazéns’’, revelou.

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