Há muitas lendas à respeito do surgimento do café, mas talvez a mais significativa seja sobre um árabe do século IX chamado Kaldi. Conta a história que Kaldi, ao notar a felicidade de seus bodes depois de comerem frutinhas vermelhas de um arbusto, pegou um punhado deles e começou a espalhar para a tribo maravilhas sobre o café.
Nos 400 anos seguintes, os grãos de café eram apenas mastigados, por causa de seu efeito estimulante. Os árabes, no século XIII, foram os primeiros a processar o fruto amadurecido e torrado e dele tirar a bebida como conhecemos hoje. Cerca de 100 anos depois, pés de café nativos ainda verdes foram transportados de Kefa, Etiópia, e passaram a ser cultivados no sul da Arábia.
Os muçulmanos da região rapidamente desenvolveram o gosto pelo café, empregando os efeitos energéticos da bebida para poder prolongar ritos religiosos. Uma dúvida surgiu quando um padre ortodoxo proclamou que o café era tóxico e que fora proibido em Kefa. Porém, até mesmo a ameaça de severas punições não inibiu o consumo dos árabes, e o costume logo se espalhou para países vizinhos.
A chegada do café à Europa, no século XVI, causou uma reação semelhante nas sociedades, cujos países, um após o outro, passaram a apreciar a bebida. Os cafés de Londres, criados por volta de 1650, construíram prósperos impérios de exportação e se tornaram um baluarte político, social e literário por causa de consumidores modernos.
O hábito de consumir a bebida chegou às colônias americanas em 1689 e cafés surgiam em Nova York, Boston e Filadélfia. Nessa época, as plantações tinham se expandido para a América Central e América do Sul, cujos climas tropicais eram ideais para o cultivo.
Acredita-se que o café se originou na África. Suas propriedades estimulantes, que afetam o sistema nervoso central, vêm da cafeína do grão maduro. Essa substância está presente em porcentagens de 0,8% a 1,5% na espécie ababica e 1,6% a 2,5% na espécie robusta, cultivada na América do Sul.