fonte: Cepea

Lei antidesmatamento deve ser adiada pelo Parlamento Europeu, diz dirigente de órgão mundial do café

Segundo diretora-executiva da OIC, norma que entraria em vigor em 30 de dezembro deve ser postergada por 12 meses

Por Globo Rural

A brasileira Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC) desde 2022, disse que a tendência é que o Parlamento Europeu aceite a proposta de adiamento do início da aplicação da lei antidesmatamento (EUDR) na votação prevista para a sessão desta quarta e quinta-feira (13 e 14 de novembro). A proposta foi apresentada em outubro pelo Conselho Europeu.

A declaração foi dada em Franca (SP), no início de novembro, durante a premiação do Cup of Excellence. A norma, que iria entrar em vigor em 30 de dezembro deste ano, seria adiada por 12 meses.

Segundo a executiva, que vive em Londres, na Inglaterra, há muitas negociações, mas um dos pontos da discussão na Europa é se o adiamento proposto será suficiente para que todos os países produtores se enquadrem nas exigências da lei.

“No Brasil, nós temos o CAR (Cadastro Ambiental Rural), que precisa ser validado, mas há países que nem começaram a fazer isso e têm um desafio bem maior. E não é uma questão de dinheiro e sim de tempo porque falta infraestrutura, como a cobertura de satélites, para fazer as comprovações necessárias.”

Preço do café

A executiva não fala sobre a tendência de preços do café. “Essa é uma pergunta de 1 milhão de dólares, como dizia meu pai.” Ela afirma, no entanto, que há muita dúvida sobre o estoque de café que existe hoje no mundo e ressalta que os aumentos de preços do produto no mercado internacional vêm desde outubro do ano passado, resultado dos eventos severos climáticos nos principais países produtores como o Brasil, Colômbia, Vietnã e Indonésia.

Para Vanusia, há um certo equilíbrio entre a oferta e a demanda de café no mundo porque o aumento em alguns novos mercados como a China e em toda a Ásia é compensado por uma estabilização, e em alguns casos até declínio, do consumo em países maduros no consumo de café.

“No geral, continuamos na fase de 3% de aumento de consumo anual. O equilíbrio entre oferta e demanda vai ser testado em breve porque a grande interrogação no mundo é qual vai ser o nível de pegamento da florada de café no Brasil, que determina o tamanho da safra do maior produtor e exportador mundial”, afirmou.

No evento em que foram premiados os cafés mais pontuados do Brasil, Vanusia destacou que o Brasil é também o maior fornecedor de café com qualidade do mundo, tendo ultrapassado a Colômbia, mas o consumo desse grão especial no mundo não tem crescido na velocidade desejada. O grande consumo ainda é dos cafés comprados em gôndolas de supermercados.

Para Vanusia, o produtor brasileiro deve focar não apenas no aumento de produção dos cafés especiais, mas investir na industrialização dos grãos e procurar aumentar as margens de lucro com melhor administração dos custos e aumento de produtividade.

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