Atraso pode gerar gargalo logístico no momento de entrega dos defensivos ainda não vendidos, segundo presidente da Andav
16 ago 2016
Nessa época do ano no ciclo 2015/16, 80% das vendas de defensivos já tinha sido realizado. Neste ciclo de 2016/17 apenas 50% das vendas já foram feitas
Atraso pode gerar gargalo logístico no momento de entrega dos defensivos ainda não vendidos, segundo presidente da Andav
As vendas de defensivos para a safra 2016/17 estão atrasadas em relação ao apurado na mesma época do ano passado, informou nesta segunda-feira (15) o presidente executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Henrique Mazotini.
“Foi vendido em torno de 50% do volume total de defensivos estimado para esta safra, enquanto no ano passado já havia sido comercializado 80% ou mais do total de insumos”, disse Mazotini ao Broadcast Agro, minutos antes do início do 6º Congresso Andav, que começou nesta segunda (15) em São Paulo e se estende até quarta-feira (17).
Segundo Mazotini, a instabilidade do cenário econômico brasileiro e as oscilações do câmbio desestimularam produtores a realizar as aquisições de defensivos no mesmo ritmo verificado no ano passado. “Outro fator importante é que defensivo é o último insumo a ser comprado pelo produtor, por isso foi mais afetado”, explicou o presidente executivo da Andav.
Por causa do atraso, Mazotini alertou para um possível gargalo logístico no momento de entrega dos defensivos ainda não vendidos. “Não seria um gargalo de oferta, porque a indústria e as revendas têm produto, mas um gargalo logístico, pelo acúmulo de compras em um período mais curto”, disse o executivo.
Na temporada 2016/17, os preços de defensivos estão em média 6% mais caros, em real, do que no ano-safra passado, segundo Mazotini, em função essencialmente do câmbio – já que mais da metade dos insumos comercializados no Brasil é importada.
Os produtores, acrescentou ele, continuam reportando dificuldades em acessar crédito, mas a indústria de insumos em geral – fabricantes de insumos e revendas – devem garantir o suprimento dos insumos o ciclo atual, disse ele. “As revendas estão bastante preparadas para repassar crédito da indústria e também financiar as aquisições com recursos próprios”, afirmou Mazotini.
A perspectiva do setor de distribuição, disse Mazotini, é que a agricultura como um todo cresça aproximadamente 10% na safra 2016/17 e que, com ela, avancem também os segmentos de fertilizantes, defensivos e sementes. Os três setores devem ver seu faturamento e volumes entregues aumentarem na mesma proporção, na perspectiva do presidente executivo da Andav.
Mazotini informou ainda que as vendas de sementes ocorreram até o momento com regularidade e em ritmo semelhante ao verificado na temporada 2015/16, e já chegam a 80% do previsto para ser comercializado no ciclo 2016/17.
Estadão Conteúdo
Fonte : Gazeta do Povo