Lavoura de pinhão-manso da Rural Biodiesel está sendo acompanhada por pesquisadores

A Rural Biodiesel S/A, empresa que vai instalar uma planta industrial para a
produção de biodiesel usando óleos vegetais no Mato Grosso do Sul, está
apostando no cultivo do pinhão-manso. Lavoura experimental da empresa está sendo
estudada por pesquisadores da Embrapa.

A empresa plantou, em novembro do ano passado, 16 hectares de lavoura de
pinhão-manso, na Fazenda Laguna, no município de Eldorado (MS), em parceria com
o empresário Luiz Vicentini. O desenvolvimento e a produção da lavoura estão
sendo acompanhados por pesquisadores do Centro de Pesquisa Agropecuária Oeste,
da Embrapa, em Dourados (MS), através de um acordo de cooperação.

Planta nativa da Américas, o pinhão-manso pode produzir até 12 toneladas de
sementes por hectare, com índice de 38% de óleo em relação ao seu peso. No
entanto o cultivo comercial de pinhão-manso foi pouco estudado no Brasil, sendo
plantado por agricultores do Centro-Oeste brasileiro e do Paraguai apenas para
sombreamento e cerca viva. E foi justamente em pequenas propriedades que a Rural
Biodiesel desenvolveu campanha para a coleta de sementes da planta. Hoje a
empresa é a única que detém sementes suficientes para o plantio de grandes
áreas. Neste ano foram adquiridas pela Rural Biodiesel cerca de 4 mil quilos de
sementes que estão sendo comercializadas para plantio em projetos de produção de
Biodiesel. Em estudo

Os 16 hectares de pinhão-manso na Fazenda Laguna foram plantados pela Rural
Biodiesel entre os dias 18 e 22 novembro do ano passado. A lavoura foi dividida
em 18 talhões com 14 plantas cada um e com 10 diferentes tipos de espaçamentos.
As plantas foram adubadas com 8 quilos de matéria orgânica e 200 gramas de adubo
químico na fórmula de 15-15-15, por cova.

No mês passado quando os pesquisadores Renato Roscoe e Auro Otsuko, da
Embrapa Agropecuária Oeste, fizeram as primeiras medições científicas da
lavoura, puderam verificar também a primeira floração das plantas, aos 120 dias
após o plantio.

Renato Roscoe, ressalva que apesar do Centro de Pesquisa Agropecuária Oeste,
ter experimentos instalados na estação experimental de Dourados, a entidade
ainda não tem dados conclusivos para recomendar o plantio do pinhão-manso para a
região Centro-Oeste. “O cultivo do pinhão-manso ainda é desconhecido em termos
de pesquisa no Estado de Mato Grosso do Sul. Precisamos ainda de informações
básicas. Notamos que em Eldorado a priori a lavoura apresenta excelente
potencial, com plantas muito vigorosas e primeira floração aos 120 dias. Mas
temos que estudar as suas possíveis doenças, os efeitos do espaçamento de
plantio para o seu desenvolvimento e a capacidade produtiva das plantas”, diz o
pesquisador ainda muito cauteloso.

Os pesquisadores mediram a altura e espessura dos troncos, número de galhos
por planta, tamanho das folhas e estado sanitário da lavoura. Maurício Möller,
diretor da Rural Biodiesel espera colher daqui a 60 dias quando os frutos desta
primeira colheita estiverem maduros, média de 500 quilos de sementes por
hectare. O empresário salienta que a partir do terceiro ano da lavoura a
produção esperada é de 5 mil a 8 mil quilos por hectare. E ele acredita que a
lavoura implantada pela Rural Biodiesel vai ser de fundamental importância para
conclusões científica dos pesquisadores da Embrapa para recomendar a cultura e
seus tratos culturais para o Mato Grosso do Sul.

Semente disponível

Ilton Vicentini, diretor operacional da Rural Biodiesel conta que a empresa
fez um grande esforço para receber sementes dos pequenos agricultores do Mato
Grosso do Sul e da faixa de fronteira do Paraguai. “Estes pequenos produtores,
verdadeiros colonos tem o pinhão manso em suas propriedades, utilizando as
plantas para sombreamento e cerca-viva. Fizemos um verdadeiro mutirão para
coletar e beneficiar as sementes. Ao longo dos últimos meses conseguimos coletar
perto de 4 mil quilos de sementes de boa qualidade”, conta ele.

Parte desta quantidade de sementes está sendo colocada à venda para os
produtores brasileiros que pretendem implantar as primeiras lavouras desta
oleaginosa. “Pelo que constatamos até hoje, o pinhão-manso tem ótima
produtividade e é a semente capaz de produzir o melhor óleo para ser
transformado em biodiesel. Se o País quer entrar na era do biodiesel e dos
combustíveis ecologicamente corretos, terá que ser através do pinhão-manso”,
garante.

Maiores informações:

Rural Biodiesel S/A
Maurício Möller e/ou Ilton Vicentini Fone: (67)
3472-1214
E-mail: ruralbiodiesel@yahoo.com.br

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