Maior torrefadora de café da Itália vai investir 2 milhões de euros em fábrica no Brasil
Os ventos de setembro trouxeram uma ótima notícia ao setor cafeeiro brasileiro. A Lavazza, maior torrefadora da Itália e sexta maior do mundo, anunciou que investirá 2 milhões de euros no Brasil. O aporte se destina a primeira fábrica da empresa fora da Itália. “O Brasil foi escolhido pela diversidade de cafés que possui”, disse à DINHEIRO RURAL Giuseppe Lavazza, diretor da empresa. Outro fator decisivo que contribuiu para a esco lha do Pais é o crescente consumo de café em terras brasileiras. O local da nova fábrica ainda não foi decidido, mas quatro estados brasileiros estão na disputa: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. “Estamos analisando as condições gerais de legislação, disponibilidade de terreno, fisco e logística favorável”, declarou Giuseppe, que representa a quarta geração da família Lavazza.
De acordo com o diretor, 2 milhões de euros é o investimento inicial. mas a quantia pode aumentar à medida que projeto for ganhando forma. Giuseppe considera o mercado brasileiro de café muito interessante. E não é para menos. O consumo brasileiro tem aumentado na casa dos 4%, enquanto a demanda mundial não sai dos 2%. Para este ano, se a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) se confirmar, o Brasil fechará o ano com um consumo interno de 16 milhões de sacas, o que representaria um aumento de i% em relação a 2004. De olho nisso, a estratégia da Lavazza é primeiro conquistar o mercado interno e, só depois, começar a exportar a partir daqui. Na realidade, como maior produtor de café do mundo e segundo maior consumidor, atrás apenas dos EUA, o Brasil é de fundamental para a empresa italiana. Tanto que o projeto de uma fábrica no Brasil vem sendo estudado há dois anos. As terras brasileiras produzem cerca de 50% de café torrefado pela Lavazza, sendo que o rtótulo líder da marca na Itália é feito com 100% do gão brasileiro.
Ao longo de 110 anos de existência, as frentes de comercialização da Lavazza mudaram muito. Nos anos 60, a Itália consumia tudo o que a empresa torrefava. Hoje, no entanto, o mercado italiano responde por 40% e as exportações por 60%. Com um faturamento anual de 765 milhões de euros, a Lavazza compra 2 milhões de sacas. A quantia equivale a 4,2 bilhões de xicrinhas por ano. Por estes números, tudo indica que a dispu ta dos estados para sediar a fábrica será acirrada. Ricardo Ferraço, secretário de agricultura do Espírito Santo, acredita na força do estado para receber o empreendimento. “Todo o café robusta utilizado pela Lavaz za vem do território capixaba”, afirmou. Será a verdadeira batalha do café.