15/01/2014
Por Carine Ferreira | De São Paulo
A torrefadora italiana Lavazza espera ampliar seu faturamento no mercado brasileiro em 12% este ano. O ritmo é menos acelerado que em 2013, quando a receita cresceu 20% e atingiu cerca de R$ 60 milhões.
A projeção mais conservadora para 2014 reflete a expectativa de um crescimento menor da economia brasileira, diz Cesare Noseda, gerente-geral da Lavazza do Brasil e diretor nas Américas do Sul e Central. Todavia, o executivo afirma que a estimativa de crescimento no mercado brasileiro pode ser modificada ao longo do ano.
Em todo o mundo, de acordo com a empresa, são consumidas por ano 17 bilhões de xícaras de café Lavazza. Ainda que esteja mais cautelosa com as previsões para este ano, a companhia vê grande potencial de crescimento no mercado brasileiro, uma vez que o Brasil ainda representa um percentual muito pequeno de sua receita global – cerca de 2%.
Com atuação em 90 países, o faturamento do grupo foi de €1,333 bilhão em 2012. A receita de 2013 será divulgada em junho, mas Noseda adianta que o faturamento cresceu por conta da comercialização de produtos “mais tecnológicos”, como novas cápsulas e máquinas.
As margens da empresa também melhoraram, segundo o executivo, mas não em função dos preços mais baixos da matéria-prima, já que a companhia paga prêmios sobre os grãos de melhor qualidade e os prioriza na aquisição. Cesare Noseda observa que o negócio de café é cíclico e está se tornando mais difícil entender a dimensão desse ciclo. “Nós acreditamos que os preços [do café] atingiram o nível mais baixo e vamos começar a ver [as cotações] aumentar de novo”, afirmou.
No Brasil, a Lavazza mantém os planos de expandir sua atuação para regiões como o Nordeste, que cresceu 40% no ano passado em relação a 2012. Os principais mercados ainda são Rio de Janeiro, onde está instalada sua unidade industrial no país, e São Paulo. A fábrica brasileira, uma das seis do grupo no mundo – há quatro na Itália e uma na Índia – tem capacidade de produção de cerca de 400 toneladas por ano. A unidade, adquirida em 2008 por meio da compra do Café Grão Nobre, foi reestruturada em 2012.
No ano passado, a Lavazza inaugurou sua primeira loja no Brasil, na capital paulista, como parte da estratégia da empresa de ampliar sua presença no mercado brasileiro e divulgar a “cultura do verdadeiro espresso italiano”. A segunda cafeteria deverá ser aberta este ano e o plano é abrir outras 50 no país nos próximos cinco anos, segundo Noseda. Em todo o mundo, são cerca de 100 lojas atualmente.
Mas a Lavazza espera crescer em outras frentes, não apenas com as vendas em cafeterias. E aposta num produto, lançado neste mês no mercado brasileiro – o “In Blu” -, que será a “porta de entrada” para o consumo da marca Lavazza em casa, uma vez que o café tipo espresso pode ser coado ou feito em cafeteiras dos tipos italiana e francesa. A comercialização dos cafés da empresa concentra-se hoje em restaurantes, hotéis, escritórios, além de cafeterias. No mercado brasileiro, a Lavazza comercializa o equivalente a cerca de 1 milhão de cápsulas de café por mês.
O produto, composto por blend 100% de café arábica, com grãos do Brasil, Colômbia, Peru e Índia, já é comercializado na Europa há cerca de três anos.