Landini firma parceria com cooperativas rurais para vender tratores

31 de março de 2006 | Sem comentários Comércio Cooperativas

Curitiba, 31 de Março de 2006 – Em meio à forte queda de vendas do setor de máquinas agrícolas, a Landini do Brasil, controlada pelo grupo italiano Argo, quarto maior fabricante mundial de máquinas agrícolas, marca sua estréia no mercado brasileiro com um modelo de vendas ainda pouco usado no País: ao invés das tradicionais revendas, as cooperativas agropecuárias vão ser distribuidoras da marca. A empresa, que inaugura hoje em São José dos Pinhais (PR) sua primeira linha de produção de tratores no Brasil, fechou inicialmente parcerias com a C. Vale, de Palotina (PR) e com a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), segundo Gilberto Zancopé, presidente da Landini do Brasil.


“Elas vão usar as lojas onde hoje vendem insumos para os cooperados, para vender também nossos tratores”, diz Zancopé. A C. Vale, com atuação no norte do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná, tem 20 lojas, que atendem 7,2 mil cooperados. Com operações no Centro-Oeste, a Comigo possui dez revendas, para cerca de 4,5 mil associados. Além desse modelo, a empresa nomeou oito revendedores tradicionais.


A Landini se inspirou em experiência bem sucedida da Valtra e Coopercitrus (Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo). A Coopercitrus é a maior revendedora da marca.


A vantagem, segundo ele, está nas facilidades de financiamento. “Além do Moderfrota, elas poderão oferecer financiamentos mais atrativos, de até três anos, com juros de 8,75% ao ano, um diferencial importante em relação aos concorrentes que atuam apenas com revendas tradicionais”, diz.


A Landini desembarca no País com a produção de dois modelos de tratores, de 140 e 165 HP, que vão concorrer em um mercado disputado por fabricantes como Valtra, CNH e Agco. A produção é terceirizada e realizada pela paranaense Montana, fabricante de pulverizadores. A Ladini chegou a pensar em construir uma fábrica em conjunto com a Montana, com recursos de € 20 milhões, mas com a crise do setor, optou por terceirizar a produção na própria fábrica da sócia. “Com isso reduzimos o investimento para € 4 milhões e ocupamos uma linha que vinha trabalhando com ociosidade” diz Zancopé, que também preside a Montana, que por sua vez tem 50% do capital da Landini no Brasil.


Para este ano, a previsão é produzir 200 unidades, o que representa 1% do mercado. Apesar do desembarque tímido, a empresa italiana tem planos ambiciosos. O faturamento, que esse ano deve chegar a R$ 30 milhões, poderá chegar a R$ 450 milhões dentro de cinco anos. Até lá, a marca pretende ter 5% do mercado de tratores na América do Sul e Central, com vendas de 3 mil unidades. Desse bolo, 50% devem ficar no Brasil. Devem ser embarcadas máquinas para a Argentina, Venezuela e Chile, estes dois últimos abastecidos pela Landini da Europa.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Cristina Rios)

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.