Lançamento Café Flávia Quaresma no site Guta chaves
Vamos tomar um café? Este convite corriqueiro e gentil ganhou um motivo especial para Flávia Quaresma, que acaba de lançar um blend com sua assinatura, desenvolvido pelo Café Florença. A chef conta que o fato de não servir um café brasileiro em seu restaurante, o Carême Bistrô, sempre a incomodou, apesar de privilegiar cafés com cerca de 70% de grãos nacionais. “O restaurante é um lugar para mexer com as pessoas e, assim como iniciamos um movimento com os vinhos, achei importante contribuir para a valorização do nosso café”, explica.
Uma proposta do Café Florença, há 12 anos no mercado produzindo café gourmet de qualidade internacional, motivou a chef a levantar a bandeira do pretinho básico. Na mesma época, ela foi recebeu a orientação de um médico para tomar doses diárias da bebida a fim de combater o sono excessivo. Produzir um café próprio tornou-se, então, uma tarefa estimulante e em sintonia com seu engajamento. Flávia fez questão de visitar fazendas para escolher o seu blend (combinação de grãos de diferentes regiões) e conhecer os produtores, já que também é defensora dos orgânicos e de alimentos éticos. Apesar de não ter experiência com a bebida, tinha acabado de fazer um programa especial no Mesa Pra Dois (GNT) sobre o assunto, o que lhe permitiu estar mais confiante para acompanhar todo o processo de elaboração. Junto com a família Florença, Flávia foi em busca do café que representasse o Brasil e tivesse qualidades que aprecia, como o equilíbrio entre doçura e acidez.
Animada por ter um café com sua assinatura e poder divulgar com mais força um produto nacional, Flávia destaca que o momento do café é agora. “No Leblon, por exemplo, há cinco anos não tinha cafeteria e hoje vemos uma do lado da outra, o que valoriza o produto e incentiva o consumidor a tomar um café de qualidade”, afirma a chef, que avisa não estar decretando o fim do cafezinho caseiro, mas que haja uma produção honesta, com boa torrefação e moagem.
No Carême Bistrô, ela comemora o sucesso de seu café, lugar que também serviu de laboratório para esta produção, já que sondou com clientes como seria o café ideal. Seu blend é encorpado e equilibra suavidade com notas doces e uma pitada de acidez, deixando aquele gostinho no final para ficar gravado na memória gustativa. “Tenho o cuidado de oferecer e privilegiar os produtos brasileiros e percebo que o cliente se encanta por isso”, afirma. Agora, o café também é um momento aguardado em seu premiado restaurante. Segundo ela, a clientela está repetindo a dose. Há oito anos à frente do bistrô, localizado em Botafogo, a chef compara o interesse pelo café ao que é dirigido aos vinhos e destaca que hoje a carta nacional tem mais qualidade do que em restaurantes no Chile e Argentina, por exemplo. É preciso iniciativas como esta para que o cafezinho ganhe cada vez mais prestígio e seja degustado em sua melhor forma. E para saborear os aromas de sua bebida, a chef, que está toda prosa, sugere um expresso curto e boas conversas para acompanhar.