Os títulos da dívida soberana da Espanha superaram ontem a barreira simbólica de
6% para obrigações com validade de 10 anos, atingindo o mais alto nível desde o
fim de 2011. Na sexta-feira, o rendimento dos papéis era cotado a 5,9%. Dentro de
três dias, Madri deverá retornar ao mercado para se refinanciar, oferecendo títulos
com maturidade até 2014 e 2022, o que motivou instabilidade nos mercados
financeiros da Europa.
No fim da manhã, os papéis emitidos pela Espanha e com validade de uma década
atingiram 6,015%, ante 5,960% registrado no fechamento dos mercados no fim da
semana passada. A nova taxa é o recorde em seis meses e estabelece um patamar
considerado difícil de ser sustentado pelo governo do primeiro-ministro Mariano
Rajoy. Com juros superiores a 6%, Grécia, Irlanda e Portugal foram obrigados a
solicitar pacotes de resgate à União Europeia para evitar o default.
O patamar também preocupa porque na quinta-feira a Espanha terá de voltar aos
mercados de dívidas soberanas para se refinanciar. O valor ainda não foi anunciado
pelo Tesouro, mas ainda restam cerca de € 43 bilhões de um total de € 86 bilhões
em títulos a serem substituídos em 2012. (Estado S.Paulo)