Japoneses completam 98 anos no Brasil e 80 anos em Marília | ||||
18-06-2006 | ||||
É uma relação que começou com a chegada do navio Kasato-Maru, que em 18 de junho de 1908 trouxe 781 japoneses vindos de Kobe após 52 dias de viagem sem escalas. Na região, a imigração é mais recente. Os imigrantes chegaram há 80 anos, na colônia Hirano, de Guaimbê, quando a cidade nem era emancipada. Hoje, segundo projeções do Nikkey Clube, Marília tem 2.000 famílias de japoneses e descendentes. Nas colônias das fazendas de café que nasciam na região foram eles que desmataram a terra dos índios. Com a formação de vilas e depois cidades, foram eles também que abriram os primeiros comércios. Na industrialização do município também estiveram presente. Por toda a cidade é possível relembrar a história da imigração. Foram eles que trouxeram o budismo para a cidade. Há dois templos construídos com mais de 50 anos, o Hompa Honganji Kiyokai e Shinshu Honganji e outros cultos asiáticos. No ano passado foi criado um memorial da imigração na sede campestre do Nikkey Clube, mas há ainda um memorial pelos imigrantes já falecidos no Cemitério da Saudade, uma homenagem à imigração no paço municipal e uma praça também em homenagem na avenida das Esmeraldas, a Higashi-Horoshima (Emdurb). A miscigenação dos imigrantes aos brasileiros também está na mestiçagem de seus descendentes, nos nomes e sobrenomes expostos em todos os locais: Indústria Sasazaki, Supermercado Kawakami, Pastelaria Hirata, Casa Ono, Fumi Calçados, entre outros. Templos religiosos e associações foram as primeiras a se oficializarem como instituições reconhecidas para integração na região. São elas a Associação Cultural e Esportiva Nikkey, Associação Cultural e Esportiva Okinawa, Associação de Judô, Kai Kan, entre outras. O primeiro evento social foi o Undokai. Uma milenar celebração japonesa que se incorporou à comemoração do Dia do Trabalho em Marília. Recentemente o Japan Fest se tornou uma das maiores expressões sociais da cidade. Hideraru Okagawa, proprietário da Farmácia Marília, foi um dos primeiros políticos de descendência japonesa em Marília. Exerceu o cargo de vereador por vários mandatos, durante 23 anos. Depois dele apareceu a maior expressão política da colônia, na década de 70 e 80, o dentista Diogo Nomura. Ele se tornou vereador por um mandato, deputado estadual por dois mandatos e deputado federal por mais dois mandatos. No legislativo mariliense ainda houve outras expressões, como Luiz Toshiharu Okuda, na década de 80, Massatoshi Hoshida, o Nelsinho da Rubi, e Shiguetoshi Nakagawa. Mais recentemente, Teruaki Kushikawa, exerceu três mandatos, 93-88, 89-92, 2000-2004. Para ele, a demora por uma representação política da comunidade japonesa em Marília é decorrência natural do processo de integração de povos diferentes. | ||||
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