Japonesa Marubeni, que controla Café Iguaçu, investe em álcool, café e soja

A japonesa Marubeni, que no Brasil controla a Cia. Iguaçu de Café Solúvel, começa a estudar com mais atenção o mercado brasileiro de álcool. Segundo Daisuke Okada, operador sênior da divisão de produtos agro-marinha do grupo, disse que a companhia já importa 20 milhões de litros de álcool por ano do Brasil, mas que o produto é utilizado pelas indústrias de alimentos e bebidas.

“Estamos interessados no mercado de álcool combustível”, disse o executivo ao Valor. Okada afirmou que a múlti estuda construir uma usina de álcool ou mesmo fechar parceria com uma empresa já instalada no Brasil, mas que ainda não há nada fechado. Segundo ele, nos EUA – segundo maior produtor mundial – o mercado de álcool é dominado pelas gigantes ADM e Cargill e não há margem para expansão.

Ele tambem lembra que, apesar dos investimentos das indústrias americanas em novas destilarias de álcool – um total projetado em US$ 14,5 bilhões -, nos últimos anos, ha duvidas sobre a expansão da produção de milho para os investimentos em álcool naquele pais. Os investimentos da Marubeni em álcool no Brasil dependem, contudo, da pressa do governo japonês em aprovar a regulamentação da mistura do álcool na gasolina. “O governo quer efetuar a mistura em 3% [o que geraria uma demanda anual de 1,8 bilhão de litros], mas ainda não acelerou a regulamentação”, afirmou Okada.

Segundo Fumihiko Wada, vice-presidente sênior da Marubeni, o JBIC (Banco de Desenvolvimento do Japão), do qual ele é membro, também está estudando o mercado brasileiro de álcool. Em Brasília, o banco tem um escritório anexo à sala da diretoria de açúcar e álcool do Ministério da Agricultura.

Paralelamente ao interesse no álcool, no Brasil a Marubeni também está ampliando a aposta no café e em soja – que tem sido sua prioridade. “O café tem produção estável. A soja pode crescer”, disse Massahiro Tomikura, diretor e gerente-geral do Departamento de Produtos Alimentícios da Marubeni Brasil. Em julho, o grupo anunciou aporte de US$ 5 milhões para comprar quase 7% das ações da Terlogs, terminal administrado pelo grupo Agrenco no porto de Sao Francisco do Sul (SC).(MS)