Janeiro foi de recuo nos preços internos do café

Porto Alegre, 1 de fevereiro de 2019 – A posição março/19 oscilou dentro de uma margem estreita (mínima em 99,35 cents e máxima em 107,15), mas em meio ao sobe e desce, a bebida fechou janeiro em 105,90 cents/lb, acumulando ganhos de 3,4% em relação ao final do ano passado.

Já o dólar andou na contramão, acumulando perdas de 5,6% e encerrando janeiro vendido a R$ 3,6590. Assim, a bebida dura do Sul de Minas com 15% de catação, que abriu o ano cotada a R$ 410 a saca e chegou a trocar de mãos a R$ 420 a saca, fechou o mês na mínima negociado a R$ 405 a saca. Perdas acumuladas de 1,2% no período. A ICE e o dólar se alternaram, mas o somatório final deu um resultado negativo. E isso justifica a queda no preço do café no mercado físico interno, especialmente das bebidas duras para exportação.

Destaque no primeiro mês do ano ao breve movimento climático, por conta da falta de chuva e das temperaturas elevadas nas importantes regiões produtoras do Brasil. “A quebra desse padrão climático, com previsão de chuvas para 1aquinzena de fevereiro, desfez a proteção climática e fez o mercado se afastar das máximas. Mercado físico não consegue se descolar da fraqueza externa, em função da elevada disponibilidade física interna devido a safra recorde colhida no ano passado”, explicou o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.

Lá fora, o comprador continua sem dificuldade de encontrar café. A ideia de superávit global é mantida e o sentimento em torno da próxima safra brasileira continua positivo. “Esse cenário limita as investidas de alta, ajudando a manter o café espremido muito próximo das mínimas dos contratos”, completa.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS