AGRÍCOLA
03/10/2007
Irrigar hortas continua sendo necessário
Falta de chuvas tem levado à prática, que está afetando os mananciais do oeste e noroeste de São Paulo
Fábio Marin
A semana foi marcada por queda na temperatura, aumento de nebulosidade e elevação da umidade relativa do ar em todo o Estado de São Paulo. A temperatura mínima oscilou entre 13 e 16 graus, na maioria das regiões. Apesar da mudança do tempo, a chuva não foi suficiente para quebrar a estiagem que se prolonga por 70 dias em grande parte do Estado. A exceção é a faixa leste, onde o armazenamento hídrico está próximo dos 40% da capacidade máxima de retenção. Na maioria das regiões do Estado de São Paulo, a umidade do solo permanece em torno dos 10%.
ANO ATÍPICO
Apesar do inverno da Região Sudeste ser uma estação normalmente seca, este ano tem sido atípico. A combinação do longo período sem chuvas, aliado ao forte calor, acelerou o ritmo de queda da umidade do solo. A seca continua afetando os pecuaristas, por causa do alto custo para a alimentação do gado no cocho.
O período de deficiência hídrica pode reduzir o vigor dos cafezais, prejudicando o florescimento e o desenvolvimento dos frutos. Nas áreas de produção de verduras e legumes, a demanda por água para irrigação tem sido elevada, com efeito sobre os mananciais das regiões oeste e noroeste do Estado. A queda na temperatura, entretanto, durante a semana melhorou as condições para a produção de verduras e legumes.
FRUTOS MENORES
Nos pomares da laranja de Matão, Bebedouro e Araraquara, a colheita continua favorecida, mas a estiagem já vem causando redução no tamanho médio dos frutos, aumentando a quantidade de frutos para completar uma caixa e, por conseguinte, reduzindo a produtividade dos pomares.
A seca tem sido favorável à colheita da cana-de-açúcar, permitindo aos produtores a recuperação dos atrasos registrados em julho por causa da chuva excessiva. Com o tempo favorável, a previsão é a de que a safra seja finalizada até dezembro.
O preparo do solo não é recomendado nas condições atuais de umidade. A baixa umidade não dá condições para a semeadura do milho da soja em nenhuma região do Estado. Os produtores devem aguardar chuvas em torno dos 40 milímetros para semear a safra de verão.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima no Brasil, acesse www.agritempo.gov.br