fonte: Cepea

Irrigação impulsiona qualidade e valorização do café brasileiro

Com o uso de tecnologias avançadas, produtores garantem maior produtividade, estabilidade e competitividade no mercado internacional

18 de março de 2025 | Sem comentários Produção

O mercado de café brasileiro tem alcançado patamares históricos de valorização, impulsionado por fatores como a crescente demanda global, a flutuação do dólar e a redução na oferta devido a mudanças climáticas. Nesse cenário, a irrigação se destaca como um diferencial competitivo essencial para os produtores.

O engenheiro agrônomo Elídio Torezani explica que a irrigação tem sido uma solução eficiente para garantir estabilidade na produção e manter a qualidade dos grãos, independentemente das oscilações climáticas.

“A irrigação se consolida como um dos principais pilares para a valorização do café brasileiro, contribuindo para a segurança hídrica, a regularidade da produção e a elevação da qualidade do produto final”, destaca o especialista.

Além disso, o uso de tecnologias de irrigação tem se mostrado um fator crucial para garantir uma produção mais estável e consistente, especialmente em regiões afetadas por períodos de seca. Isso permite aos produtores reduzir os impactos das variações climáticas, assegurando uma oferta contínua de grãos de qualidade superior.

Maior produtividade

O uso adequado de tecnologias de irrigação tem demonstrado impactos positivos na produtividade das lavouras de café. 

A Embrapa e outras entidades de pesquisa destacam que o manejo adequado da irrigação contribui para um melhor aproveitamento da água, aumentando a eficiência da produção e a regularidade da florada, o que é crucial para uma colheita de alta qualidade. Em regiões como o Espírito Santo, Cerrado Mineiro, Sul de Minas e São Paulo, sistemas como o gotejamento têm sido amplamente adotados.

“O gotejamento, em particular, se destaca por sua eficiência no uso da água, permitindo uma distribuição precisa dos nutrientes e minimizando desperdícios”, ressalta Torezani.

Qualidade e competitividade

A qualidade do café está intimamente ligada à uniformidade de maturação dos grãos, ao seu desenvolvimento adequado e à redução do estresse hídrico.

“A irrigação evita perdas na florada devido a estiagens e contribui para que os frutos cresçam e amadureçam de forma homogênea, um critério fundamental para a produção de cafés especiais”, explica o engenheiro.

Além disso, a gestão hídrica permite a aplicação de práticas como o “déficit hídrico controlado”, técnica usada para induzir a florada em momentos estratégicos. Segundo Torezani, essa abordagem otimiza a uniformidade do café e eleva sua qualidade na xícara.

“Esse controle impacta diretamente a percepção sensorial do produto, aumentando sua pontuação em concursos de qualidade e atraindo compradores internacionais dispostos a pagar prêmios por microlotes diferenciados”, afirma.

Sustentabilidade 

Com a valorização do café, produtores que investem em irrigação e consultoria especializada estão em uma posição estratégica para maximizar seus ganhos.

A previsibilidade da produção permite contratos mais vantajosos e reduz o impacto de safras irregulares. Por isso, o uso racional da água é uma exigência crescente dos mercados internacionais, que priorizam certificações de produção sustentável. 

Tecnologias como sensores de umidade, estações meteorológicas e automação de sistemas de irrigação têm sido cada vez mais incorporadas ao dia a dia dos cafeicultores.

“Essas tecnologias tornam o processo mais eficiente, ao mesmo tempo em que ajudam a reduzir os custos operacionais”, conclui o especialista. 

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