Data Publicação: 24/03/10
Safra que começa a ser colhida no mês que vem não terá tanta qualidade, por causa das floradas desuniformes
24 de março de 2010
Ana Maria H. de Avila – O Estado de S.Paulo
As chuvas foram irregulares e mal distribuídas, porém em maior volume na maioria dos municípios do que na semana anterior. Muitas regiões conseguiram recuperar a umidade do solo, atingindo armazenamento máximo, como Campinas e São Carlos. Entretanto, em outras regiões o total de água disponível no solo continuou diminuindo, como em São José do Rio Pardo, que está apenas com 17% do total.
Com a entrada do outono, aumenta a amplitude térmica, com as temperaturas mínimas mais baixas à noite. Foi o caso de Piracicaba, Garça e Itapeva, com temperaturas mínimas médias 1 grau mais baixas. A temperatura máxima se manteve elevada, sobretudo em Votuporanga, onde as máximas atingiram 34,9 graus; Presidente Prudente, 34,8 graus; Ribeirão Preto, 33 graus e Jaboticabal, 33,7 graus.
As chuvas irregulares e a elevada temperatura, de 3 a 4 graus acima da média em fevereiro e na primeira quinzena de março prejudicam o milho safrinha, especialmente os agricultores que plantaram no começo de fevereiro, início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola.
O clima mais seco beneficiou os cafezais, com menos ataque de pragas e doenças. A safra que começará a ser colhida em abril vai ser de qualidade inferior, porque os frutos estão desiguais, por causa das chuvas em excesso no segundo semestre do ano passado. O cafezal necessita de um período de estiagem para começar a florescer. Com o retorno das chuvas na primavera e no ano passado, praticamente não houve estação seca, o que provocou várias floradas nos cafezais. Feijão. Os produtores de feijão de Taquarituba, Itapeva e Capão Bonito estão terminando o plantio da segunda safra. As chuvas da última semana beneficiaram o desenvolvimento vegetativo da cultura.
Os produtores aproveitam para fazer o tratamento fitossanitário e a adubação nitrogenada. O feijão de primeira safra foi prejudicado pelas chuvas em excesso na época da colheita no fim do ano, o que resultou na menor produtividade e produto de baixa qualidade, elevando os preços.
Aumentou o uso da fécula de mandioca nos setores de massa, com maior demanda pelo produto, mas os agricultores tiveram muitos problemas com doenças na raiz, por causa do excesso de umidade no solo na época do plantio. Campos Novos Paulista, Cândido Mota e Palmital terão quebra na produtividade da safra, que começará a ser colhida agora.
Ana Maria H. de Avila é pesquisadora do Cepagri/Unicamp