A Ipanema Coffees, maior produtor de café do Brasil e principal fornecedor da multinacional da Starbucks, divulgou hoje que prevê uma quebra de 40% para asafra brasileira 2014/15, depois que uma estiagem prolongada danificou os cafezais no primeiro trimestre. As informações são da Bloomberg.
Atualmente, cafeicultores precisam de 700 litros de café para encher uma saca de 60 kg, quando o volume normalmente usado é de 500 litros, de acordo com Washington Rodrigues, presidente da empresa baseada em Alfenas-MG. O calor excessivo e a seca provocaram a redução do tamanho e do enchimento dos grãos, fazendo com que seja preciso um volume maior de café para se encher uma saca.
A empresa espera colher 65 mil sacas de café, sendo que a previsão feita em janeiro apontava para 80 mil sacas e, no ano passado, estimava-se uma safra de 127 mil sacas. As perdas estão sendo confirmadas depois que alguns hectares já foram colhidos.
Os preços do café arábica já subiram 63% este ano, o maior ganho entre as 24 principais commodities acompanhadas pelo índice GSCI Spot, da Standard & Poors.
A seca que atingiu o Brasil derrubou as estimativas para a safra de café e, segundo a corretora Marex Spectron, o mercado internacional já sinaliza que pela primeira vez em cinco anos poderá haver uma falta de oferta suficiente para suprir a demanda mundial.
“Esta seca foi uma das mais severas que eu já presenciei em minha carreira, e ela chegou em um período não usual, que é o período das chuvas”, disse Rodrigues. “Embora à primeira vista o volume (de café) parece normal, nós percebemos durante o processo de secagem e moagem que os grãos dentro das cerejas estão muito menores”.
Além dos efeitos da seca, muitos cafeicultores haviam podado suas plantas no ano passado, quando os preços do café não estavam remuneradores. Essas árvores podadas levam até três para voltar a produzir nos níveis anteriores, principalmente porque o déficit hídrico também comprometeu o crescimento vegetativo.
Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei