Ipanema Coffee deve ser um dos parceiros da rede de cafeterias americana Starbucks no Brasil

26 de maio de 2006 | Sem comentários Barista Consumo
Por: Folha de São Paulo

ALIMENTOS

Balanço da rede de cafeterias
americana fala em investimento no país, e 1ª unidade deve ser inaugurada no
último trimestre


Starbucks já admite abrir lojas no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL


Balanço anual da Starbucks
nos EUA admite, pela primeira vez, que a rede de cafeterias fará investimentos
no Brasil. A informação oficial, disponibilizada no material encaminhado à SEC
(Securities and Exchange Commission), a CVM americana, faz parte do relatório do
comando da empresa e do texto disponibilizado aos acionistas da cadeia de
cafeterias, a maior dos EUA, com lucro anual em US$ 6,4 bilhões (R$ 13,6
bilhões) e 10.500 pontos no mundo.
A companhia cita ainda, dentro dos planos
de expansão, a Rússia e a Índia.
Até o momento, rumores davam conta de que
havia um projeto em andamento no país, mas a empresa negava essa possibilidade.
A porta-voz da Starbucks nos EUA, Mai Kulthol, disse à Folha, em agosto passado,
que a empresa se sentia “encorajada” em relação às oportunidades no
Brasil.
Neste final de semana, há encontros marcados entre fornecedores e a
rede no país. A Folha apurou que um fabricante de cafés, a Ipanema Coffee, uma
das principais produtoras de cafés especiais no país, tem reunião agendada com
representantes da empresa no Brasil nos próximos dias.
Além disso, a
Folha apurou que a empresa já contratou uma consultoria de varejo
-especializada em localização de pontos- para procurar um local para uma loja em
São Paulo. Até então, rumores giravam em torno da possibilidade de abertura de
loja, inicialmente, no Rio de Janeiro -nos bairros de Ipanema ou Leblon. Mas a
Folha apurou que São Paulo pode receber a primeira loja.
Na capital paulista,
a procura inclui shopping centers frequentados por classes de maior poder
aquisitivo.
A expectativa de analistas de mercado é que as primeiras lojas
sejam abertas no último trimestre do ano. Será, no entanto, uma entrada discreta
no mercado brasileiro. Uma série de fatores emperraram, até hoje, investimentos
maiores da rede no país. Razões culturais e econômicas -além do fato de a
estratégia de rede estar focada em outros países- sempre pesaram na
decisão.
O brasileiro, mesmo aquele de maior renda, tem à sua disposição
dezenas de padarias, muitas de primeira linha e que atuam no ramo há anos nas
capitais. O hábito de tomar café da manhã nesses locais transforma esses pontos
em fortes concorrentes da cadeia, um fenômeno no resto do mundo. Ainda há as
cafeterias especializadas, que expandiram, às pressas, os planos de crescimento
no país. E o hábito do “café em xícara de papelão”, ícone da cultura Starbucks,
como batizam os especialistas, é incipiente no país. Além do preço salgado dos
cafés da rede em relação aos preços praticados no Brasil.
À frente do
negócio, em conversas com a empresa nos EUA, está o casal Maria Luisa e Peter
Rodenbeck, sócios dos restaurantes Outback no país e os investidores que
trouxeram, nos anos 1980, a rede McDonald’s ao Brasil. Se o projeto caminhar com
êxito, o expresso vai chegar ao país por até US$ 5, prevêem analistas do
mercado.

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