Inverno com El Niño interfere em culturas do café, milho e trigo

15/06/2015 |


No próximo dia 21, às 13h38, terá início a estação de inverno do hemisfério Sul. Os dias mais curtos percebidos principalmente nas regiões Sul e Sudeste também marcam a estação que, em 2015, será influenciada pela presença de um fraco El Niño que deve persistir até o final do ano.
Nas últimas semanas as chuvas têm favorecido o cinturão da cana e do café, mas têm também provocando atraso na colheita do café.

O final do outono tem apresentado boa umidade em regiões produtoras, como o cerrado mineiro. A ocorrência das chuvas favorece o aumento da umidade relativa podendo comprometer a qualidade do café seco em terreiros, reduzindo o preço do produto e consequentemente o ganho do produtor. Todavia, as últimas chuvas têm favorecido o desenvolvimento vegetativo do cafeeiro, o que poderá favorecer a produção da próxima safra. No Rio Grande do Sul as condições climáticas também têm favorecido o plantio nas áreas de produção de trigo de inverno e, no Paraná, a colheita do milho safrinha.

Nos últimos dias do outono a temperatura tem variado bastante durante o dia em algumas regiões, com dias frios no amanhecer e calor logo no início da tarde. Essa sensação de grande amplitude térmica entre a mínima e a máxima do dia tem sido favorecida pela passagem de frentes frias com deslocamento mais lento nessa época do ano, fazendo com que o ar seco presente após a passagem das frentes favoreça a ausência de nuvens durante as noites, provocando, assim, maior perda de calor durante o período noturno, o que contribui para a ocorrência de manhãs mais frias. Para o café tal amplitude térmica pode favorecer a qualidade do grão e consequentemente da bebida.

Apesar das chuvas que têm ocorrido, os próximos meses do inverno deverão ser mais secos na maior parte da região central do Brasil, com episódios de chuvas quase sempre associado à passagem de frentes frias na região Sul e Sudeste do país.
Em julho
Apesar da presença do fraco fenômeno El Niño, o qual favorece o aumento de chuvas na região Sul do país, em julho deverá ocorrer pequena anomalia negativa nas regiões serrana e da grande Florianópolis, no Paraná e no nordeste do Rio Grande do Sul, com probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo do normal. Já no sudoeste do Rio Grande do Sul, na região central e no norte do Paraná, no sudeste de São Paulo, no sul e sudeste do Mato Grosso do Sul a probabilidade é de que as chuvas ocorram dentro ou pouco acima da média normal do período. No sul de Minas Gerais e na parte norte do Triângulo Mineiro também há probabilidade de as chuvas ocorrerem dentro ou pouco acima da média do período, o que também poderá comprometer a colheita do café no próximo mês.

No trimestre julho a setembro

Considerando todo o trimestre julho a setembro é esperado que as chuvas ocorram pouco acima da média normal do período nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e em toda a região Sul do país.
Para Minas Gerais há probabilidade de que nas mesorregiões central de Minas, do Triângulo Mineiro, Sul de Minas e do oeste de Minas, as chuvas ocorram acima da média normal do período.

Já nas mesorregiões Campo das Vertentes, Zona da Mata, Vale do Rio Doce, nordeste e Norte de Minas a probabilidade é de que as chuvas ocorram dentro ou muito pouco acima da média normal do período. Nas regiões do Jequitinhonha e do Vale do Mucuri também há probabilidade de que as chuvas ocorram dentro da média ou muito pouco acima desta, com exceção para as microrregiões de Nanuque e Almenara em que as chuvas poderão ocorrer abaixo da média normal do período durante o inverno.

Para todo estado do Mato Grosso do Sul e em toda região central e oeste do estado de São Paulo há probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média normal do período ao longo do inverno. Para a Bahia, a região centro, norte e nordeste apresenta probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo da média normal do período.

Com relação à temperatura ao longo do inverno, em Minas Gerais a mesorregião norte, Jequitinhonha, Vale do Mucuri e do Rio Doce deverão apresentar temperatura acima da média normal do período, sendo que as demais regiões deverão apresentar temperatura dentro da média do período.
A análise e o prognóstico climático aqui apresentados foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente daqueles atuantes na América do Sul.

Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA; Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade — IRI; Met Office Hadley Centre; Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo — ECMWF; Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e com base nos dados climáticos disponibilizados pelo INMET/CPTEC-INPE.


Pelo fato do prognóstico climático fazer referência a fenômenos da natureza que apresentam características caóticas e são passíveis de mudanças drásticas, a EPAMIG e a Embrapa Café não se responsabilizam por qualquer dano e ou prejuízo que o usuário possa sofrer ou vir a causar a terceiros pelo uso indevido das informações contidas na presente matéria. Sendo de total responsabilidade do leitor o uso das informações aqui disponibilizadas.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.