Interior: a força da pequena empresa

12 de julho de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 12/07/2007 05:07:07 - Jornal da Cidade - Bauru

Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que o faturamento do setor aumentou 5,3% no Interior de São Paulo. O estudo analisou o desempenho da indústria, serviço e comércio em maio de 2006 e no mesmo período de 2007. Na Capital e região metropolitana, houve queda no faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs).


A análise divulgada ontem pelo Sebrae aponta que, enquanto no município de São Paulo a queda foi de 0,7% e na região metropolitana de 2,1%, as cidades do ABC tiveram aumento de 7,6% no faturamento real na comparação entre maio de 2006 e o mesmo mês de 2007. No Interior do Estado o incremento foi de 5,3%. No resultado geral, o Estado apresentou alta de 1,3%. “Quem alavancou esse crescimento foram o Interior e o ABC”, pontua o gerente regional do Sebrae em Bauru, Milton Debiase.


Ele avalia que o motor propulsor do aumento do faturamento real das MPEs é o agronegócio. E mesmo em Bauru, onde a agricultura não é o forte, a economia acaba recebendo incentivos desse mercado. “A cidade não possui um setor de agronegócio grande, mas temos empresas que fazem parte da sua cadeia produtiva e prestadores de serviços que trabalham nesse ramo. Bauru, conseqüentemente, acaba tendo resultados do agronegócio”, explica.


Muitos empresários reconhecem o bom momento das MPEs. Em Bauru, a Acqua Mix é uma empresa que vem apresentando bons resultados ano a ano. Fundada em 1999, a envasadora distribui seus garrafões de água em 120 cidades de São Paulo. De acordo com o diretor comercial da empresa, Sílvio Luiz Moura Leite, as boas idéias permitem que o negócio se mantenha sempre em desenvolvimento.


Ele aponta que a união com outra empresa da cidade, o Fran’s café, fez surgir um hábito que não existia no Brasil, que é tomar água gaseificada antes do café expresso para melhorar a percepção do sabor. Todas as grandes cafeterias do País aderiram à tendência.


Outra inovação é o investimento em outro ramo, para não sair prejudicada com a sazonalidade do seu produto. “A água é mais vendida no verão. Então, no inverno o faturamento caía um pouco. Para sanar esse problema, investimos na fabricação de doce de leite em barras. Hoje, a fábrica do Pingo Milk já está do mesmo tamanho da Acqua Mix”, conta Leite.


De acordo com o diretor, os negócios seguem a tendência da pesquisa. “A envasadora cresce bem mais que o mercado alimentício e a fábrica de doces dobra de tamanho a cada ano”, calcula. E a empresa já investe em novos produtos, que ainda estão em fase de liberação.


Comércio


Entre os setores pesquisados, o único que não cresceu foi o comércio. Enquanto em todo o Estado a indústria cresceu 9,4% e o segmento de serviços 4,8%, o faturamento do comércio caiu 3,3% na receita real. “A queda no comércio também é realidade em Bauru. Muitas pessoas acabam abrindo estabelecimentos comerciais sem preparo, sem investir em estratégia. Às vezes, investem em áreas já saturadas. Por isso o setor vai mal. O mercado é perverso com quem não possui uma estratégia”, observa o gerente regional do Sebrae em Bauru.


Na avaliação dele, o crescimento da economia foi possível pela inflação sob controle, a melhora no poder aquisitivo da população, as taxas de juros em queda e o aumento da concessão de crédito. Outro aspecto positivo foi a geração de empregos. Ao todo, em São Paulo foram abertos 14 mil novos postos de trabalho entre maio de 2006 e o mesmo período deste ano. Porém, o rendimento dos funcionários de MPEs apresentou queda média de 2,2% em São Paulo.



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Preparo


Uma empresa que fez a lição de casa é a União Brasileira de Cursos (Unibrás), que acaba de ser inaugurada em Bauru. Para investir no mercado de formação de profissionais, Denise Nogueira Teixeira, sócia-proprietária, utilizou a experiência adquirida na administração de uma empresa do ramo de móveis e as instruções do Sebrae. “Sempre tivemos dificuldades em encontrar mão-de-obra qualificada. E no dia-a-dia também sentimos falta de outros profissionais, como eletricista”, conta.


Após uma pesquisa de mercado, ela definiu uma série de cursos que podem suprir a demanda em Bauru e já iniciará algumas turmas na próxima segunda-feira. Chefe de cozinha, comércio exterior, curso para formação de modelo e manequins são alguns dos oferecidos. “Os cursos oferecem qualidade de ensino e foco na prática”, explica.

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