Consolidar a integração envolve o emprego de padrões globais de identificação.
No decorrer de 2005, apesar das elevadas taxas de juros e da turbulência política vivida pelo País nos últimos meses, a indústria comemora a expansão dos negócios após sucessivos anos de baixo desempenho. É justamente este crescimento da atividade econômica que tem feito surgir entre as empresas uma nova consciência sobre a seriedade dos problemas logísticos que oferecem um risco à expansão dos negócios. As freqüentes reivindicações por investimentos em infra-estrutura portuária e na melhoria da malha viária são uma clara evidência dessa preocupação.
Nesse cenário, diversas empresas estão reconhecendo que cabe a elas realizar investimentos no setor, com o duplo objetivo de dispor de meios adequados para suas operações logísticas e de baratear as despesas ligadas a esses custos. Em artigo recente, dedicado às empresas do setor de embalagens, Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), chama a atenção para o fato de que “a superação dos obstáculos, a exemplo da competitividade, não poderá ser conquistada de forma isolada”.
Um fator fundamental no caminho em busca da integração entre os parceiros comerciais e do direcionamento adequado dos investimentos nessa área, visando a eliminar a perigosa tendência ao isolamento na cadeia de suprimentos, passa obrigatoriamente pelo alinhamento das operações logísticas internas com as dos clientes, por meio da identificação dos produtos com códigos de barras e da utilização de mensagens eletrônicas para a transmissão de informações.
Para a perfeita integração, o melhor caminho é investir na identificação dos produtos e no emprego de mensagens eletrônicas, utilizando os padrões globais do Sistema EAN.UCC, empregados hoje por mais de um milhão de empresas em todo o mundo. O Grupo de Trabalho Embalagens, coordenado pela GS1 Brasil, tem por objetivo reunir empresas do setor e seus principais clientes, para desenvolver atividades de integração logística. Há grande empenho na compatibilização das tecnologias já existentes e na conseqüente redução de custos ,que pode, dessa forma, ser atingida. Isto proporciona às empresas maior eficiência, agilidade e redução de erros, por simplificar as operações.
À medida que fornecedores e clientes passam a atuar de maneira conjunta, adotando um padrão único de identificação e comunicação, a indispensável integração e a eficiência aliada a ela passam a fazer parte do dia-a-dia das organizações. A posição de fornecedor preferido e o aumento das margens são as recompensas que aguardam os supridores de materiais de embalagem que já dominam o alinhamento dos dados da cadeia de suprimentos.
*Frederico Cunha é assessor de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.