Insumos importados já estão 15% mais caros

1 de setembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: O Globo

01/09/2013


Consumidor deverá sentir impacto no fim deste ano e em 2014


BRASÍLIA- A forte dependência do país de insumos e bens intermediários importados é um fator que preocupa a área econômica na discussão de medidas para  mitigar os efeitos da alta do dólar na inflação. Há produtos que não são fabricados no Brasil e precisam ser trazidos de fora. Mesmo com a queda das tarifas de importação de alguns produtos, a variação cambial tem sido pesada.


Assim, será inevitável o impacto da nova realidade cambial nos preços ao consumidor no fim deste ano e a partir de 2014.  A estimativa da GO Associados é que, nos últimos meses, enquanto os preços dos derivados de petróleo subiram cerca de 25% no mercado externo, os demais insumos importados, industriais e agropecuários ficaram cerca de 15% mais caros. 


REPASSES JÁ COMEÇARAM 


Levando em conta a planilha de custos de produção das indústrias, os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que, no primeiro trimestre, os gastos com bens intermediários importados foram os que mais subiram (12,3%), acima de pessoal (9%) e óleo combustível (9,9%).  — Esses números já refletem uma desvalorização que vinha ocorrendo deste o ano passado. Ainda não fechamos os dados do segundo trimestre, mas é bem possível que o aumento no custo de produção por causa dos insumos importados seja mais intenso — disse o economista-chefe da CM, Flávio Castelo Branco. 


Segundo a CNI, no segundo trimestre, o coeficiente de insumos importados — ou seja, a parcela de bens comprados no exterior que são usados na fabricação de produtos finais — foi de 22,9%, ante 22,1% em igual período de 2012. Se, antes, as empresas lucravam comprando insumos no exterior, a situação é outra e os repasses já começaram. Os fabricantes de eletroeletrônicos, por exemplo, repassaram para o varejo o aumento de 3% nos custos de produção.  — Desde janeiro, a indústria absorvia as recentes altas do dólar. Porém, não foi mais possível segurar o reajuste — disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato.


Os componentes eletrônicos foram responsáveis por 56% das importações do setor no primeiro semestre. Os preços dos alimentos poderão subir por causa dos adubos e fertilizantes. O Brasil importa mais de 90% desses produtos. (Eliane Oliveira).

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