O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) vai investir R$ 40 milhões na
modernização de sua Rede de Estações Meteorológicas de Superfície. Os recursos
serão utilizados para a instalação de 420 estações automatizadas em todo o País
até o próximo ano. Atualmente, o instituto possui 370 estações operadas
manualmente e 70 automatizadas. “A rede será modernizada para tirar um atraso
tecnológico de 30 anos, um problema crônico da meteorologia nacional”, comentou
o diretor do Inmet, Antônio Divino Moura, ao anunciar hoje (29/05) os
investimentos do governo federal na área de monitoramento atmosférico.
Segundo Moura, os novos equipamentos ampliarão em 700% a capacidade
automática de observação meteorológica. As estações manuais fornecem três
medições por dia, enquanto que as automatizadas farão monitoramento de hora em
hora (coleta de dados a cada cinco segundos e síntese para cada hora) e
transmissão em tempo real, via satélite Brasilsat (sistema Autotrac) e
disponibilizados imediatamente na página WEB do INMET (http://www.inmet.gov.br ), de forma gratuita
a todos os usuários.
“Trata-se de uma rede sinótica, com espaçamento de 1 grau de latitude por um
grau de longitude para fornecer informações meteorológicas em tempo real para a
previsão de tempo e que darão grande apoio à agricultura e o agronegócio, à
defesa civil e para recursos hídricos”, enfatizou o diretor. Ele acrescentou que
as estações estão sendo importadas da Finlândia a um custo de US$ 5 milhões, com
30% desconto, graças ao apoio da Organização Meteorológica Mundial (OMM), com
licitação transparente, internacional feita diretamente com os fabricantes de
equipamentos meteorológicos na Europa, Estado Unidos, Canadá, Japão, Suiça,
Itália, entre outros.
As primeiras 145 estações compradas da firma vencedora, uma empresa da
Finlândia, já começaram a ser instaladas nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, dada a sua expressão na agricultura brasileira. As regiões Norte e
Nordeste já começam a ser planejadas para a segunda etapa no segundo semestre.
Divino Moura afirmou que até o final deste ano mais 250 estações
automatizadas começarão a ser instaladas no País e entrarão em funcionamento até
o segundo semestre de 2007. Cada estação custa cerca de US$ 20 mil, mais o custo
dos componentes nacionais. “Queremos deixar de ser o ´patinho feio´ da
meteorologia nacional no que diz respeito aos dados e a previsão tempo. Por isso
necessitamos de uma rede modernizada, mais densa e com mais precisão nas
medições”, ressaltou.
Sete equipes do INEMT já foram treinadas para fazer a manutenção dos
equipamentos. Uma parceria com a Atech, a mesma responsável pelo Sistema de
Proteção da Amazônia (Sipam), propiciou o desenvolvimento do software para o
controle e acompanhamento de toda a rede, graças a recursos de Fundos Setoriais
e do apoio da FINEP.
Para viabilizar a modernização da rede, além do seu próprio orçamento, o
INMET conta com apoio de vários ministérios, entre os quais o do Planejamento,
por meio do Projeto-Piloto de Investimentos (PPI), da Fazenda e da Ciência e
Tecnologia, além de forte parceria com o INPE. O instituto quer ainda formalizar
acordos regionais com o Uruguai, Paraguai e a Argentina para aumentar o
adensamento das informações na região sul e sudeste.