Início da safra deverá equilibrar preços no mercado, diz ministro
Um dia depois de criticar duramente os usineiros pela alta no preço do álcool, o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues compareceu ontem ao lançamento antecipado da safra 2006/07 da cana-de-açúcar e disse acreditar na “estabilidade” do mercado interno. O evento reuniu as principais lideranças do setor e marcou o início da moagem na Destilaria de Álcool Cocamar, em São Tomé (PR).
A atual safra de cana deve gerar um equilíbrio do mercado de derivados, principalmente dos combustíveis. O litro de álcool já é encontrado por até R$ 2,18 em postos de Curitiba (PR) e a gasolina, com menos álcool, subiu aproximadamente 4% no estado.
Para o superintendente industrial da Cooperativa Agropecuária de Maringá (Cocamar), Celso Carlos Santos Júnior, o equilíbrio só poderá ser confirmado dentro de 15 dias. “Estamos no momento mais crítico da entressafra, e a partir de agora sentiremos se o aumento da oferta será mais rápido que a demanda”, comenta ele.
A Cocamar vai aumentar o volume esmagado de 730 mil toneladas, em 2005, para 900 mil toneladas de cana neste ano, com o objetivo de atingir uma produção de 72 milhões de litros de álcool. “É um ano de bons ganhos, mas o mercado oscila e a cana tem concorrentes no estado, que são as lavouras de grãos. Durante a safra veremos a disposição dos produtores em plantar cana”, diz Santos Júnior.
A concorrência pode ser forte com a cultura do café, que deve apresentar recuperação depois da baixa produção no ano anterior e chegar a 2,5 milhões de sacas de 60 quilos.
Centro-Sul
A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) informou que 25 usinas devem entrar em operação ainda em março e 90% das 250 unidades do Centro-Sul iniciarão a safra até abril.
A Unica e a Associação dos Produtores de Álcool do Paraná (Alcopar) divulgaram um panorama preliminar da safra 2006/07 no Centro-Sul, feito a partir de dados levantados com as usinas. Segundo as entidades, a safra de cana na região deverá ser de 363 milhões de toneladas, 8% maior que na safra 2005/06. A área colhida também deve crescer cerca de 8%, com 19 novas usinas e menor renovação da lavoura.