DECO BANCILLON
Nem mesmo o aumento dos gastos públicos em ano eleitoral e o consumo mais forte de famílias e empresas durante a Copa do Mundo de 2014 vão provocar aumento do custo de vida no país. A avaliação foi feita ontem pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em café da manhã com jornalistas. Nas palavras dele, a autoridade monetária teve um “desafio importante” nos últimos cinco meses. “Apesar disso, conseguimos trazer a inflação acumulada em 12 meses para baixo”, disse ele. “E esse processo vai continuar”, garantiu.
Nos últimos 12 meses até novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 5,77%. Para este ano, a previsão do BC é de que o indicador feche abaixo de 5,80%. Com isso, Tombini conseguiria cumprir a promessa que fez no fim do ano passado: entregar, em 2013, uma carestia menor que a de 2012, de 5,84%. Ontem, ele reiterou o compromisso.
O presidente do BC também se mostrou otimista com crescimento da economia, mas não quis se comprometer com projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. Para ele, a recuperação mundial já em curso poderá melhorar o cenário em 2014 ao ampliar mercados hoje fechados às exportações do país. Não é o que pensam os analistas econômicos consultados pelo BC na pesquisa Focus. O último relatório aponta para um expansão de 2,10%, mais baixa que a prevista para este ano, de 2,35%.
O otimismo de Tombini não é afetado pela perspectiva de redução dos estímulos econômicos nos Estados Unidos. Para ele, a redução das injeções mensais de US$ 85 bilhões na maior economia do mundo faz parte de um processo global de “normalização das políticas monetárias depois de um longo período de exceção das condições financeiras”. “Tivemos um gostinho dessa volatilidade que se instalou nos mercados internacionais desde meados de maio. Mas é uma volatilidade do ‘bem’”, disse ele.