Indústrias de Torrefação de café no Ceará movimenta R$ 15 milhões por mês

17 de maio de 2006 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Diário do Nordeste














Fotos: Arquivo
Fotos: Arquivo Diario do Nordeste




Café torrado e moído no Estado: metade da produção é consumida aqui mesmo
SABOR INDISPENSÁVEL



Mesmo com a redução do número de torrefadoras, o Ceará é o segundo Estado do Nordeste nesta indústria, cujo sabor tornou-se indispensável ao paladar nacional, ficando atrás apenas da Bahia.

Indispensável à mesa do cearense, especialmente no início da manhã e ao fim da tarde, o café representa para a economia do Estado muito mais que o sabor e a tradição inerentes à bebida. No Ceará, o setor torrefador movimenta em torno de R$ 15 milhões por mês, resultantes de uma produção média mensal de três mil toneladas, além de gerar 2,5 mil empregos diretos e cerca de dez mil indiretos.

Apesar dos números, a grandeza do setor já foi bem maior, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado do Ceará (Sindcafé), Jocely Dantas de Andrade Filho, que também é sócio-proprietário do Café Serra Grande, de Sobral (CE). “Há 25 anos atrás o setor chegou a ter mais de 40 empresas em nosso Estado, enquanto hoje só existem oito, sendo apenas


















Jocely Dantas, do Sindcafé: preocupação com multinacionais do setor e oscilações de preço
seis associadas ao nosso sindicato”, destaca.

Para o empresário, a redução no número de indústrias do segmento no Estado está relacionada à globalização do mercado. “Muitas não conseguiram se adequar às exigências do mercado externo”, avalia.

Conforme Dantas, mesmo com a redução das fábricas, o Ceará é o segundo Estado torrefador do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia. “Nós produzimos por mês uma média de 50 mil sacas de 60 kg de café, que correspondem a 3 mil toneladas”, diz.

Com matéria-prima originária dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia (maior fornecedor), a produção cearense de café torrado e moído é dividida entre o mercado interno e outros estados do Norte e Nordeste.

“Metade de nossa produção é vendida a mercados dessas regiões, enquanto os outros 50% abastecem hoje aproximadamente 70% do mercado cearense”, afirma. Mesmo atendendo a maior parte do mercado interno, Jocely Dantas está preocupado com a penetração no Brasil das grandes multinacionais do setor, “concorrência nada salutar”, pondera. Outro gargalo enfrentado hoje pelo segmento, na opinião do presidente do Sindcafé, é a transferência das oscilações no preço do produto ao consumidor.

“Esse é o maior problema porque o café hoje é uma commodity. Seu preço sofre interferência direta do mercado externo, que oscila muito durante o ano. É difícil fazer o consumidor entender e aceitar essa questão”, avalia.


Ângela Cavalcante

 

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