Flexibilidade ambiental, proximidade das principais jazidas produtoras de petróleo e da cadeia de fornecedores de São Paulo e Minas Gerais. Com esses instrumentos, o estado do Rio tenta minimizar a tendência de desconcentração da indústria naval brasileir
Indústria naval
Ricardo Rego Monteiro (rmonteiro@brasileconomico.com.br)
07/07/10 – O setor começa a migrar para o Nordeste, mas o Rio tem expectativa de receber US$ 2 bilhões em investimentos da indústria naval nos próximos quatro anos.
O estado, que ainda concentra quase metade de toda mão de obra gerada pela atividade naval no país, não só pretende assegurar novos investimentos – como o estaleiro do empresário Eike Batista, da EBX – como também confirmar a renovação dos grupos investidores.
No ano passado, por exemplo, a Andrade Gutierrez assumiu o controle do estaleiro Mauá, o primeiro da história no país, para disputar uma fatia dos novos contratos previstos para os próximos anos.
Embora o estado ainda enfrente dificuldades para tornar viáveis alguns dos novos empreendimentos – aguardados para o município de Maricá e o distrito industrial de Itaguaí -, deverá alcançar sucesso na criação de um novo complexo naval no distrito de Barra do Furado, próximo aos municípios de Campos e Quissamã, na região Norte.
A subsecretária de Desenvolvimento Econômico do estado, Renata Cavalcante revela que o projeto, avaliado em R$ 1 bilhão, começou a se tornar realidade com o acerto do governo fluminense e das prefeituras de Campos e Quissamã para iniciar as obras de dragagem necessárias para tirar o estaleiro do papel.
Além da coreana STX, grupos como a brasileira Alusa e a Edson Chouest pretendem investir na construção de até três estaleiros no local.
Para justificar a viabilidade do negócio, e o comprometimento dos grupos, a subsecretária lembra que a Alusa participa da licitação para fornecimento de sondas de perfuração, da Petrobras, com um lance que prevê a construção das unidades no futuro estaleiro.
\”O grande pulo do gato, no entanto, será mesmo a revitalização do antigo estaleiro Ishibrás (agora Inhaúma) pela Petrobras, que firmou mês passado um contrato de arrendamento do terreno com os antigos proprietários\”, exaltou Renata.
\”A empresa vai investir R$ 100 milhões na reforma e modernização do estaleiro, para depois licitá-lo a grupos privados, que ficarão responsáveis pela operação. Lá, serão construídas e reformadas sondas e navios de grande porte, para atendimento à demanda .\”
\”O Rio de Janeiro é um dos estados mais tranquilos, do ponto de vista do ambiente de negócios, para novos projetos navais\”, avalia o conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sergio Leal. \”Além da condição geográfica privilegiada, o processo de licenciamento ambiental ocorre geralmente sem maiores percalços.\”