Indústria global de café deve mudar práticas de comercialização de café, diz executivo

12 de novembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Agência Estado
09/11/2012


José Roberto Gomes
 
A indústria global de café deveria mudar a forma como o produto é comercializado, afirmou nesta quinta-feira o executivo-chefe da companhia alemã Neumann Kaffee Gruppe, David Neumann. Segundo ele, o atual ritmo de compras e vendas faz com que os preços oscilem muito, prejudicando torrefadoras, revendedores e, principalmente, produtores.
 
“O mercado tem sido desfavorável ao produtor”, disse Neumann, que participa de uma conferência na Costa Rica promovida pelo Sintercafe. Se a situação não mudar, o cafeicultor “simplesmente irá parar de produzir café”, complementou ele, que trabalha na maior fornecedora de café verde do mundo.
 
As cotações do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), por exemplo, já caíram mais de 300 pontos desde os níveis recorde da safra 2010/11 e estão hoje na casa dos 150 cents por libra-peso. Tal oscilação faz com que os produtores plantem mais quando os preços estão elevados ou diminuam o ritmo de produção quando os valores estão baixos, afetando a oferta global.
 
Neumann avalia que a indústria deveria destinar aos produtores uma porcentagem da receita obtida com a revenda. Outra medida a ser tomada, segundo ele, seria a intervenção do governo nos países produtores como forma de impulsionar a produtividade das lavouras. O governo deveria focar nos subsídios também, e não em “prêmios que podem ou não ser gerados no futuro”, disse.
 
O executivo afirmou que a produção deve aumentar como forma de suprir a demanda crescente. Só no ano passado, as vendas globais de café somaram US$ 52 bilhões. Até 2015, espera-se que esse valor chegue a US$ 60 bilhões. América Latina, Ásia e Leste Europeu devem responder por boa parte desse consumo, afirmou.
 
Assim, caso a produção não aumente, os preços do café podem disparar. Para ele, países como México e Colômbia deveriam elevar a produtividade de suas lavouras acima da média global, de 12,2 sacas por hectare. Se todos os países atingissem esse patamar em suas plantações, o mundo poderia produzir até 170 milhões de sacas de café, bem acima das 131 milhões produzidas em 2011, disse Neumann. As informações são da Dow Jones.

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