O Brasil é líder nas exportações de café solúvel, assim como de grãos verdes, mas secas em 2015 e 2016 derrubaram a safra de conilon do Espírito Santo, o principal produtor nacional da variedade mais usada na fabricação desse tipo de produto.
23/03/2018 SÃO PAULO (Reuters) – A indústria de café solúvel do Brasil e a agência responsável por promover exportações do país lançarão na próxima semana um projeto que visa fortalecer os embarques do produto, com ganho de mercados, em meio à perspectiva de uma safra recorde no maior produtor mundial da commodity.
O Brasil é líder nas exportações de café solúvel, assim como de grãos verdes, mas secas em 2015 e 2016 derrubaram a safra de conilon do Espírito Santo, o principal produtor nacional da variedade mais usada na fabricação desse tipo de produto.
Durante tal período, o Brasil perdeu negócios para concorrentes na Ásia, justamente por não ter conseguido obter matéria-prima no mercado a preços adequados. Mas a recuperação esperada para a safra de café neste ano deixa o setor otimista novamente quanto a exportações.
Pelos dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil poderá produzir um recorde de até 58,51 milhões de sacas em 2018, das quais 44,55 milhões de arábica, cujo ciclo será de bienalidade positiva, e 13,96 milhões de conilon.
É nesse cenário que a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinarão um convênio para a implantação do projeto setorial “Brazilian Instant Coffee”, na próxima segunda-feira, em São Paulo.
Em nota, o presidente da Abics, Pedro Guimarães, afirmou que “o objetivo das ações do projeto ‘Brazilian Instant Coffee’ é garantir a fatia atual de mercado e ampliar ainda mais a presença do café solúvel brasileiro nas exportações, que chegam a cerca de 120 países e proporcionam divisas anuais de aproximadamente 650 milhões de dólares”.
Segundo ele, há 40 anos o Brasil é líder mundial na produção de café solúvel, com representatividade de 37 por cento do mercado global, e na exportação, com participação de mercado de 28 por cento.
“Mas, atualmente, o setor vê essas posições ameaçadas devido ao acirramento da concorrência e ao protecionismo dos principais mercados”, afirmou.
A iniciativa adotada em parceria com a Apex-Brasil insere-se no Plano de Desenvolvimento do Café Solúvel do Brasil, lançado em 2016 pela Abics, que tem a meta de alavancar o volume das exportações e o consumo interno brasileiro em 50 por cento durante os próximos 10 anos.
Conforme a Abics, Há sete indústrias de café solúvel em operação no Brasil. Até agora em 2018, as exportações de solúvel acumulam queda de 12 por cento, com 410,57 mil sacas, segundo o Cecafé.
Fonte: Reuters