Incêndio ontem na mata da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico, tem causa ainda desconhecida

2 de setembro de 2007 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: 02/09/2007 06:09:47 - Diário do Povo - SP

ROSE GUGLIELMINETTI
Da Agência Anhangüera
rose@rac.com.br


Considerado o maior centro experimental de café do país, a Fazenda Santa Elisa, de propriedade do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), às margens da Estrada dos Amarais, sofreu ontem um incêndio que durou cerca de 1h30. O fogo, porém, atingiu apenas a vegetação rasteira e foi contido pelos homens do Corpo de Bombeiros próximo ao cafezal.


O sargento Wanderley Correia de Lima disse que não era possível quantificar a área atingida pelo incêndio. “O contorno é muito grande”, ressaltou. A causa do fogo também era incerta. “É um local de muita circulação de pessoas”, disse. A propriedade é toda cercada por alambrado, mas em alguns pontos há buracos na tela. Neste caso, uma simples bituca de cigarro pode provocar um acidente como esse.


O incêndio começou por volta das 10h e em torno das 11h35 os quatro bombeiros já tinham controlado o foco. A fumaça também não chegou a prejudicar os motoristas que trafegavam pela estrada dos Amarais. Durante o incêndio, os animais, como capivaras e pássaros, fugiram procurando um outro abrigo.


A Fazenda Santa Elisa abrange cerca de 700 hectares, e é composta por áreas experimentais com culturas anuais e perenes, áreas de preservação com mata nativa, cerrado, várzea e cursos d’água, possuindo ainda represas e áreas por serem reflorestadas. A propriedade também tem gramados, jardins e a alameda de bambus, assim como as edificações onde se situam seus laboratórios. Os recursos genéticos ali plantados, compostos por plantas econômicas, mostram-se como sendo o principal ponto de demanda ao público leigo.


A mata, tombada pelo Condepacc, é uma reserva florestal que abriga o centro de experiências do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Possui no seu interior um nicho de rara beleza, que fornece informações fundamentais para a recuperação das áreas devastadas pela monocultura e outros fatores destrutivos da agricultura moderna. A mata é composta por aproximadamente uma centena de espécies de árvores, onde destacam-se os jequitibás branco e vermelho (alguns com mais de 100 anos), as perobas, as canelas, os guaritás, os jacacatiás e as cássias, entre outras.


Existem também dezenas de espécies de aves e de mamíferos, além de diversas nascentes dágua que formam um riacho que corta a mata em toda a sua extensão. A área foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), em 1.991.


Incidência


A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Monitoramento por Satélite, em Campinas, Adriana Vieira de Camargo de Moraes, afirmou que a incidência de focos de queimadas este ano está abaixo do registrado em 2006. No Estado de São Paulo, foram registradas, em junho de 2007, 243 focos contra 607 verificados no mesmo período do ano anterior. “O volume maior de chuva que caiu durante os primeiros meses do ano permitiu uma reserva hídrica maior no solo”, explicou. Segundo ela, em maio deste ano choveu na cidade 75 milímetros. No mesmo período de 2006, essa média foi de 4 milímetros. A pesquisadora comentou que o estudo da instituição é voltada mais para as queimadas agrícolas. Entretanto, o mesmo cenário é verificado no ambiente urbano.
 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.