Incaper faz estudo final das novas variedades clonais de café conilon

Ascom Incaper
Eduardo Brinco
 
A cafeicultura do conilon é uma das atividades mais importantes nos aspectos econômico e social no Espírito Santo, principalmente na geração de empregos e renda. Nos últimos 20 anos, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem avançado em pesquisas para renovação e revigoramento de lavouras com a utilização de variedades melhoradas.
 
Esses esforços foram fundamentais para que, neste ano, o Instituto lance duas novas variedades clonais de café conilon, cujas características são: maior produtividade, maior tolerância a doenças, grãos maiores e, sobretudo, maior qualidade final do produto. O principal objetivo dos trabalhos é o desenvolvimento de cultivares superiores, estáveis e com adaptabilidade para os diferentes ambientes, que apresentem alta produtividade e elevada qualidade final da produção, além de disponibilização de mudas para continuar a renovação do parque cafeeiro do Estado.
 
Os trabalhos de pesquisa vêm sendo conduzidos em diferentes macros ambientes representados pelas fazendas experimentais do Incaper de Marilândia, Sooretama e Bananal do Norte, em Cachoeiro de Itapemirim. No total foram avaliadas mais de 20 características para cerca de mil clones avaliados, de onde foram selecionados 54 superiores para as provas finais de qualidade e sairão as novas variedades de café conilon, que pertencem à espécie Coffea canephora.
 
Nessa quarta-feira (09), o Incaper realizou teste sensorial dos clones das variedades no laboratório da Conilon Brasil, que fica no município de Jaguaré. Nesta etapa de avaliação, os provadores pontuaram dez quesitos: fragrância/aroma; sabor; salinidade/acidez; amargor/doçura; sensação na boca; equilíbrio; conjunto; retrogosto; uniformidade; e limpeza.
 
“Essa é a primeira vez que priorizamos nas pesquisas de melhoramento genético a análise sensorial para desenvolvimento de novas variedades. Esse é um marco nas pesquisas, pois destaca a qualidade final do café. Temos certeza de que o mercado mundial vai consumir mais o nosso conilon, pois é um produto de qualidade imensurável”, avaliou Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper e coordenador de cafeicultura do Estado.
 
De acordo com o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, as ações de fomento desenvolvidas pelo Instituto são inovadoras. “O Governo do Espírito Santo não mede esforços para garantir qualidade e quantidade na cafeicultura capixaba. Na safra 2012, a produção estadual quase atingiu 10 milhões de sacas, um recorde, respondendo por 76% da produção brasileira deste tipo de café. Essas novas variedades desenvolvidas pelo Incaper são inovadores e de fator determinante para o comércio de café, pois quem não estiver dentro dos padrões, não vai conseguir se manter no mercado”, afirmou.
 
Evair de Melo, que também é especialista na área de avaliação sensorial, participou do teste sensorial e identificou cafés diferentes, com aspectos positivos em relação aos cafés conilon usuais. “Vamos ter cafés especiais com características diferenciadas”, comemorou.
 
Cultivares já desenvolvidas pelo Incaper – O programa de melhoramento genético de café conilon foi iniciado pelo Incaper em 1985, considerando as diferentes características que a espécie apresenta. Neste programa, foram desenvolvidas e recomendadas seis variedades e geradas informações importantes para a espécie. As cultivares são:
— Emcapa 8111
— Emcapa 8121
— Emcapa 8131
— Emcapa 8141 Robustão Capixaba
— Emcaper 8151 Robusta Tropical
— Vitória Incaper 8142
 
Cafeicultura no Espírito Santo – A cafeicultura é o sustentáculo econômico de 80% dos municípios e responde por 43% do valor bruto da produção agrícola capixaba. A cadeia produtiva, em sua totalidade, gera aproximadamente 400 mil postos de trabalho ao ano. A produção anual é de cerca de 12,5 milhões de sacas, entre arábica e conilon, colhidas em 60 mil propriedades, das quais mais de 73% são de base familiar.
 
O Espírito Santo ocupa menos de 0,5% do território brasileiro e numa área de aproximada de 500 mil hectares está inserida uma das mais imponentes cafeiculturas do mundo. O café está presente em todos os municípios capixabas, exceto Vitória, sendo ele o maior gerador de empregos no Estado.
 
Dentro da produção de café estadual, aproximadamente 73% é de conilon. Ele é plantado em 64 municípios, em regiões quentes, com altitudes inferiores a 500 metros. Os maiores produtores são Vila Valério, Jaguaré, Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Nova Venécia, Pinheiros e São Gabriel da Palha e a produção de cada município é superior a 400 mil sacas por ano.
 


 

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