Vendas de produtos brasileiros fora do país tem caído menos que as importações, mantendo um saldo crescente
O comércio externo continua em queda na comparação com o ano anterior, em decorrência da crise financeira internacional, tanto nas exportações quanto nas importações. Mas, de acordo com boletim divulgado nesta segunda-feira(6) pela Secretaria de Comércio Exterior, as vendas de produtos brasileiros lá fora têm caído menos que as importações, o que garante um saldo crescente da balança comercial (exportações menos importações).
Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que nos 125 dias úteis deste ano, até a última sexta-feira (3), as exportações brasileiras caíram 22 1% em relação ao mesmo período de 2008. Em contrapartida, as importações foram 29,1% menores, comparado aos 127 dias úteis em igual período do ano passado. Movimento que garantiu saldo comercial, até aqui, de US$ 14,605 bilhões, ou 25,8% a mais em relação mesma base de comparação de 2008.
A tendência de maior queda nas compras internacionais que nas vendas nacionais se acentuou nos três últimos meses. Tanto que o MDIC registrou redução de 23,9%, pela média diária, nos três primeiros dias úteis deste mês, comparado média diária obtida em julho de 2008. Na mesma base de comparação as importações caíram ainda mais (-36,8%). Isso abre 13,1 pontos percentuais a favor do saldo comercial brasileiro, enquanto no semestre a diferença é de apenas 7 pontos percentuais.
Neste início de julho o Brasil vendeu 6,5% menos produtos básicos (soja e café em grão, carnes e minério de ferro, principalmente), comparado média diária do mês anterior. Entretanto, os exportadores brasileiros venderam mais 3,5% em semimanufaturados (ferro-liga, óleo de soja, couros e peles, dentre outros) e mais 2% em produtos manufaturados (etanol, laminados planos, aviões, automóveis, autopeças, calçados e óleos combustíveis).
As importações da primeira semana de julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, registraram queda de 48,9% nos desembarques de adubos e fertilizantes, menos 45,6% em produtos siderúrgicos e 41,4% menores de automóveis e partes, além de reduções significativas também na internalização de equipamentos eletroeletrônicos, combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos e produtos químicos orgânicos e inorgânicos.
Mas, em relação a junho deste ano houve ligeira recuperação das compras internacionais de adubos e fertilizantes, destinados correção do solo para a safra agrícola 2009/2010, iniciada na semana passada. Também houve mais compras de combustíveis e lubrificantes, plásticos e obras, produtos farmacêuticos e instrumentos de ótica e precisão.