Importação de café pelo Brasil será barrada com entrave burocrático, diz fonte

Governo federal vai exigir uma “anuência prévia” dessas importações, disse uma fonte do governo federal a par do assunto nesta quarta-feira.

23 de fevereiro de 2017 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Por Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) – Para atender à decisão do presidente Michel Temer de suspender a importação de café robusta, o governo federal vai exigir uma “anuência prévia” dessas importações, disse uma fonte do governo federal a par do assunto nesta quarta-feira.


Com essa barreira burocrática, na prática o governo vai segurar as inéditas importações do maior produtor global da commodity sem que seja necessário revogar as decisões favoráveis a compras externas já tomadas até agora, disse a fonte, na condição de anonimato.


A chamada “anuência prévia”, um tipo de licença, foi a maneira encontrada por técnicos para colocar em prática a decisão de Temer sem ter de cancelar as duas decisões que haviam sido publicadas no Diário Oficial da União no início da semana, reduzindo a tarifa de importação de 10 para 2 por cento para uma cota de 1 milhão de sacas e autorizando compras do Vietnã.


Segundo essa fonte, Temer telefonou na terça-feira à noite para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pedindo para suspender as importações até que sejam aprofundados os estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a situação dos estoques de café robusta do país.


A decisão de segurar as importações ocorreu após forte pressão por parte de parlamentares de Estados produtores de café, e impactou nesta quarta-feira o mercado global de robusta, cujos preços futuros fecharam em queda de mais de 1 por cento.


A interlocutores, Blairo disse que “fez sua parte” no caso. O pedido de importação decorria de reclamações da indústria de café solúvel, que afirma haver escassez do café robusta no mercado, o que elevou os preços do produto para níveis recordes no final do ano passado.


Diante do apelo dos produtores e da frente parlamentar, que garantiram haver oferta para atender à indústria de café, o governo determinou um estudo mais profundo da situação, antes de efetivar as importações, afirmou o Ministério da Agricultura em nota, sem dar mais detalhes.

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