A indústria torrefadora considera que os preços do café torrado e moído subiram no início do ano, mas mantêm-se estáveis nos últimos meses. Segundo o diretor de Marketing da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Sydney Marques de Paiva, a alta ocorreu porque havia perspectiva de oferta apertada em relação à demanda global.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial, apesar da produção pequena colhida este ano, tem conseguido manter mensalmente o volume das exportações para atender os consumidores estrangeiros. Isso estaria contribuindo para estabilizar os preços.
Marques de Paiva acrescenta que importar café não é a solução para uma hipotética alta das cotações. O Brasil é líder na produção e na exportação de café. Importar poderia sinalizar ao mercado uma escassez do produto, estimulando aumentos abusivos. Além disso, embora não seja proibida, a importação de torrado e moído esbarra na defesa sanitária vegetal, pois a legislação prevê controle rígido para evitar entrada de pragas e doenças inexistentes no país. Além disso, existe também forte lobby dos produtores rurais contrários à liberação das importações do produto.
O diretor da Abic observa que se intenção do governo for realmente segurar os preços do produto para amenizar uma alta, ‘a melhor saída é a desoneração de impostos, em particular o ICMS, ou PIS/Cofins’.