Prever uma estrutura com baixos custos de produção ou mão-de-obra, sem aumentar os preços, é a estratégia vencedora para o cafeicultor, segundo o presidente da illycaffè, Andrea Illy. ‘O custo da mão-de-obra está continuamente em alta e impacta de 15% a 20% sobre os custos totais. No Brasil, os custos são os mais altos do mundo, porém com produtividade maior’, disse o executivo, durante o Seminário Desafios do Agronegócio Café para 2009, promovido pela Universidade do Café Brasil (UDC), na Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com ele, a mão-de-obra no País custa US$ 1,20 por hora, enquanto na Etiópia o valor por hora é de US$ 0,20. O executivo revela que o café brasileiro representa mais de 50% no café utilizado pela empresa.
A redução do preço do petróleo e dos fertilizantes será sentido com atraso na cafeicultura, diz Illy. ‘Os recursos foram comprados com antecipação, o que põe em risco a produção da safra 2010/11, que pode ser menor por causa dos altos custos, sem contar que a mão-de-obra continuou cara.’
O presidente da illycaffè acredita que neste ano o crescimento do mercado brasileiro será de 1%. ‘Vai ser importante, pois haverá equilíbrio entre a produção e o consumo.’ As previsões são de produção entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de arábica e entre 10 e 10,5 milhões de sacas de robusta. No ano passado, o País exportou 29 milhões de sacas e consumiu 18 milhões de sacas internamente.
Segundo projeção da International Coffee Organization (ICO), a produção da safra 2008/09 será de 113,4 milhões de sacas, 14,8% maior do que a safra anterior, com Brasil e Vietnã representando 50% da produção mundial. ‘Os atuais níveis de produção satisfazem a demanda existente, mas não asseguram a cobertura do crescimento do consumo, estimado em 2%’.
Os estoques, de acordo com o executivo, estão entre 30 e 40 milhões de sacas, o que abastece o mercado por apenas 3 meses. ‘Uma seca ou geada terá impacto direto nos preços.’ Vietnã, Colômbia e Índia prevêem diminuição das produções em 2008/09. E na América Central deve haver queda de 15% na produção, por causa do clima e do aumento dos custos produtivos. Por outro lado, a Colômbia aumentou a área plantada em 340 mil hectares e o Peru registrou crescimento de 40% na última safra.
‘É fundamental que os preços alcancem níveis compatíveis com novos investimentos produtivos para o café de alta qualidade ou de baixo custo produtivo.’ Ele diz que só assim é possível gerar crescimento do consumo mundial. Na América do Norte, Europa e Japão, Illy acha que não haverá queda no consumo. ‘Terá deslocamento do consumo do café fora de casa para o consumo doméstico e de produtos de alta categoria para marcas mais econômicas.’ Os Estados Unidos permanecem como o maior consumidor mundial, com 21 milhões de sacas por ano.
As informações partem do InvestNews (Sérgio Toledo).
SÃO PAULO, 6 de março de 2009 – Prever uma estrutura com baixos custos de produção ou mão-de-obra, sem aumentar os preços, é a estratégia vencedora para o cafeicultor, segundo o presidente da illycaffè, Andrea Illy. ‘O custo da mão-de-obra está continuamente em alta e impacta de 15% a 20% sobre os custos totais. No Brasil, os custos são os mais altos do mundo, porém com produtividade maior’, disse o executivo, durante o Seminário Desafios do Agronegócio Café para 2009, promovido pela Universidade do Café Brasil (UDC), na Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com ele, a mão-de-obra no País custa US$ 1,20 por hora, enquanto na Etiópia o valor por hora é de US$ 0,20. O executivo revela que o café brasileiro representa mais de 50% no café utilizado pela empresa.
A redução do preço do petróleo e dos fertilizantes será sentido com atraso na cafeicultura, diz Illy. ‘Os recursos foram comprados com antecipação, o que põe em risco a produção da safra 2010/11, que pode ser menor por causa dos altos custos, sem contar que a mão-de-obra continuou cara.’
O presidente da illycaffè acredita que neste ano o crescimento do mercado brasileiro será de 1%. ‘Vai ser importante, pois haverá equilíbrio entre a produção e o consumo.’ As previsões são de produção entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de arábica e entre 10 e 10,5 milhões de sacas de robusta. No ano passado, o País exportou 29 milhões de sacas e consumiu 18 milhões de sacas internamente.
Segundo projeção da International Coffee Orgazniation (ICO), a produção da safra 2008/09 será de 113,4 milhões de sacas, 14,8% maior do que a safra anterior, com Brasil e Vietnã representando 50% da produção mundial. ‘Os atuais níveis de produção satisfazem a demanda existente, mas não asseguram a cobertura do crescimento do consumo, estimado em 2%’.
Os estoques, de acordo com o executivo, estão entre 30 e 40 milhões de sacas, o que abastece o mercado por apenas 3 meses. ‘Uma seca ou geada terá impacto direto nos preços.’ Vietnã, Colômbia e Índia preveem diminuição das produções em 2008/09. E na América Central deve haver queda de 15% na produção, por causa do clima e do aumento dos custos produtivos. Por outro lado, a Colômbia aumentou a área plantada em 340 mil hectares e o Peru registrou crescimento de 40% na última safra.
‘É fundamental que os preços alcancem níveis compatíveis com novos investimentos produtivos para o café de alta qualidade ou de baixo custo produtivo.’ Ele diz que só assim é possível gerar crescimento do consumo mundial. Na América do Norte, Europa e Japão, Illy acha que não haverá queda no consumo. ‘Terá deslocamento do consumo do café fora de casa para o consumo doméstico e de produtos de alta categoria para marcas mais econômicas.’ Os Estados Unidos permanecem como o maior consumidor mundial, com 21 milhões de sacas por ano. (Sérgio Toledo – InvestNews)