illycafè faz do Brasil centro de vendas para a América do Sul

5 de março de 2010 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Valor Econômico

AGRONEGÓCIOS
05/03/2010 
 
Estratégia: Além do café, companhia venderá chás, vinhos e chocolates
 
Alexandre Inacio, de São Paulo

Há quase duas décadas importando, processando e incluindo o café brasileiro em seu blend mundial, a italiana illycafè vai abrir uma subsidiária em São Paulo para concentrar a venda e distribuição de seus produtos na América do Sul. A ideia da illycafè Sud America é desenvolver principalmente o mercado nacional e também coordenar todo o mercado sul-americano, o que inclui a administração de novas lojas próprias. Até agora, a atuação da empresa no Brasil se concentrava em uma exportadora, a Porto de Santos, em sociedade com o Escritório Carvalhaes.


\”O Brasil já é o maior produtor e maior exportador do mundo e será em breve o maior consumidor em alguns anos. É por esse motivo que estamos abrindo esta subsidiária, que estará em operação até junho deste ano\”, afirma Andrea Illy, presidente da illycafè.


Apesar de ser mundialmente conhecida como uma das mais tradicionais indústrias produtoras de cafés de qualidade do mundo, no Brasil a ideia é ir além. A empresa pretende comercializar no mercado doméstico outros produtos que fazem parte do portfólio do grupo. Entram na lista, além do café, o chocolate Domori, os chás Dammann Frères, os doces Agrimontana e os vinhos Mastrojanni.


\”Vamos começar com o café num primeiro momento, mas em breve teremos todos os demais produtos, todos centralizados nessa subsidiária\”, afirma o executivo.


Para a illycafè, a América do Sul é responsável por uma fatia de 4% do faturamento global da empresa. Com o aumento do consumo de café na região, especialmente no Brasil, a expectativa é de que esse percentual chegue a 6% nos próximos anos. Apesar de ainda não ter o balanço de 2009 fechado, Illy considera que o resultado da empresa no ano passado foi de estabilidade em comparação a 2008, quando o faturamento da empresa foi de 280 milhões de euros.


\”Tivemos um primeiro semestre em 2009 muito difícil, com queda no consumo mundial e também problemas de estoques em nossos distribuidores, além de uma redução no consumo de café fora de casa. Na segunda metade do ano as coisas começaram a voltar ao normal e juntamente com o lançamento de cinco novos produtos conseguimos manter nossa posição\”, afirma Illy. Para 2010, a expectativa é de crescimento, segundo o executivo, que não fez uma estimativa. \”O ano passado foi o mais difícil para a empresa nos últimos 40 anos\”.


Mas não é apenas a relação com o consumidor final que vai começar a mudar. O já famoso relacionamento que a empresa mantém com os produtores de café do mundo todo vai começar a sofrer alterações a partir do final deste ano, com maior ênfase em 2011. Em parceria com a universidade de Oxford, a empresa está desenvolvendo uma metodologia para mensurar a sustentabilidade da produção de café nas fazendas, independentemente da localidade.


A metodologia será concluída na segunda metade do ano e apresentada na Organização Internacional do Café (OIC), permitindo que qualquer país e qualquer indústria possa utilizar. \”Vamos aplicar esse método gradualmente junto a nossos fornecedores e ele será obrigatório para quem quiser continuar fornecendo para nós\”, afirma Illy.


Com a estratégia, a empresa pretende colocar em prática algo controverso: o fim da certificação nas fazendas. Andrea Illy defende que a certificação deve ser feita na indústria e não servir de custo adicional para os produtores, sem uma garantia de resultado efetivo. \”Os produtores terão que ser transparentes. Junto com as amostras que nos mandam passarão a enviar também documentos que indiquem como aquele café foi produzido e isso será auditado pela illycafè\”, diz.

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